De acordo com pesquisadores, falta do hormônio feminino estrogênio, produzido nos ovários, pode ser a causa do problema
De acordo com estudo, cirurgia de retirada de ovários pode estar relacionada a perda cognitiva e demência
(iStockphoto)
Mulheres que entram na menopausa prematuramente, em virtude de
cirurgias de remoção dos ovários, podem apresentar um risco duas vezes
maior de perda cognitiva e demência. Os autores do estudo, publicado
nesta quinta-feira no periódico Brain, acreditam que isso se deve à perda do estrogênio, hormônio feminino produzido pelos ovários.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Hypersensitivity of the hippocampal CA3 region to stress-induced neurodegeneration and amyloidogenesis in a rat model of surgical menopause
Onde foi divulgada: periódico Brain
Quem fez: Quan-guang Zhang, Rui-min Wang, Erin Scott, Dong Han, Yan Dong, Jing-yi Tu, Fang Yang, Gangadhara Reddy Sareddy, Ratna K. Vadlamudi e Darrell W. Brann
Instituição: Universidade Georgia Regents, nos EUA
Resultado: Ratos que tiveram os ovários removidos e não fizeram a reposição do hormônio estrogênio (ou a fizeram tardiamente) apresentaram danos cerebrais maiores em consequência de um acidente vascular cerebral, em relação àqueles que fizeram a reposição logo após o procedimento cirúrgico.
A pesquisa foi realizada com ratos fêmeas que tiveram os ovários
removidos. Alguns dos animais começaram a receber terapia de reposição
de estrogênio logo após a cirurgia, outros começaram dez semanas mais
tarde e os demais nunca fizeram a reposição.
Os pesquisadores então provocaram um acidente vascular cerebral no
hipocampo dos ratos, região do cérebro relacionada ao aprendizado e à
memória. Os roedores que começaram o tratamento com estrogênio
tardiamente ou que não o fizeram sofreram danos maiores no cérebro,
especialmente em uma região do hipocampo denominada CA3, que normalmente
é resistente a derrames.
Os ratos não tratados ou tratados tardiamente também desenvolveram uma
produção anormal de proteínas relacionadas à doença de Alzheimer e um
aumento na produção de radicais livres no cérebro. Quando os
pesquisadores impediram essa produção excessiva, o aumento da
sensibilidade a derrames e de morte de células na região CA3 foi
reduzido.
Esses sintomas foram específicos para o gênero feminino: ratos que
tiveram os testículos removidos não apresentaram um risco maior de danos
cerebrais.
De acordo com os pesquisadores, apesar de o mecanismo responsável por
essas descobertas ainda ser desconhecido, o estrogênio parece proteger
mulheres jovens de derrames e de ataques cardíacos. Após a menopausa,
esse risco aumenta para elas até quase se igualar ao dos homens.
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