terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Globo nega mudanças em entretenimento e garante "Vale a Pena"


  • Carlos Henrique Schroder, diretor geral da TV Globo
    Carlos Henrique Schroder, diretor geral da TV Globo
Na prestigiada festa de lançamento da novela Flor do Caribe”, sábado, em São Paulo, quando perguntado sobre o futuro do Entretenimento da Globo, o novo diretor-geral Carlos Henrique Schroder foi categórico ao afirmar que Manoel Martins, o atual responsável, ficará até o fim da sua gestão. E ponto. Não se cogita, como nunca se cogitou, qualquer mudança no setor.
Schroder também lamentou o fato de a Globo estar sendo alvo de várias notícias sem fundamento, que ele classificou de “bizarrices”. Entre as piores, Ricardo Waddington tomar o lugar do Manoel ou a possibilidade de acabar com o “Vale a Pena Ver de Novo”, coisas que, segundo ele, jamais foram consideradas ou sequer imaginadas.
Ao longo da nossa conversa, deixou claro que todas as mudanças anunciadas recentemente foram planejadas há algum tempo. Nada foi decidido do dia para a noite ou em função da sua chegada ao comando da Globo. Ressaltou ainda que alguns profissionais que deixaram a emissora vinham de uma longa rotina diária de trabalhos, cansativa, e entendeu-se como apropriado o momento para substituí-los.
Schroder citou com muito carinho, por exemplo, Roberto Buzzoni, que deu lugar a Amauri Soares na Central Globo de Programação. Ele, Buzzoni, estava na casa desde 1970, ou seja, 43 anos de dedicação.  
 
Otimismo
 
Willy Haas, diretor de Negócios e de Comercialização da Globo, também marcou presença na festa de lançamento de “Flor do Caribe”. O executivo, assediado a todo o momento pelos convidados, à coluna, não escondeu o entusiasmo em função de o país estar no centro dos assuntos esportivos no mundo, devido à Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada do Rio. “O Brasil vive um momento ímpar”, comemora.
 
TV paga
 

  • Fernando Donasci/UOL
    Rosana Jatobá em casa
Rosana Jatobá, ex-Globo, fechou contrato com a Fox e passará a apresentar um programa semanal no canal Nat Geo. Trata-se do “Super Domingo”, que estreia dia 3, às 21h, que tem como proposta exibir documentários impactantes sobre assuntos diversos. O primeiro será “Mataram o Presidente!”, quando irá ao ar o documentário inédito “Quem Matou Lincoln” e o “Assassinato de Kennedy”.
                     
Parte 2
 
O diretor Roberto Santucci convidou Ailton Graça, que participou do primeiro, para a sequência do filme “Até que a sorte nos separe”, com Leandro Hassum e Danielle Winits, que será rodado nos Estados Unidos. Tudo certo. Falta, apenas, ajustar as datas de filmagens com os compromissos do ator na Globo.
 
De volta
 
O ator Carlos Casagrande, que participou da novela “Fina Estampa”, está de volta aos estúdios da Globo. Ele grava participação especial em dois episódios da série “Louco por Elas”, ao lado de Deborah Secco e Eduardo Moscovis. Faz um gay.
 
Troca autorizada
 
A direção da Rede TV! deu sinal verde para a troca do motor do helicóptero colocado à disposição do departamento de jornalismo. Constatou-se que a aeronave está com as horas quase vencidas. O custo dessa operação, segundo informações internas, será de cerca de 70 mil dólares. Além do jornalismo, este helicóptero, que é conhecido como “Fanta Uva”, em breve também será usado pelo programa dominical do João Kleber.
 
Por que aquilo?
 
Em plena tarde de sábado, Gilberto Barros insiste em vestir terno e gravata no seu programa na Rede TV!. Naquele dia e horário, só ele se atreve se apresentar daquele jeito, às vezes transpirando tudo que tem direito. Qual o problema em ser mais informal? Esquece o Silvio.
 
Perguntar não ofende


Como o programa do Gugu Liberato, aos domingos na Record, consegue pagar toda aquela estrutura com apenas 3 breakes? Em algum momento essa conta não vai fechar.
 
Outro caminho
 
Renato Aragão e a direção da Globo estão em conversas avançadas em torno de um projeto de filmes para a televisão. Existe a possibilidade de esses telefilmes com o artista entrarem na grade ainda neste semestre. Paralelamente a isso, o Renato também estuda o lançamento de produções para o cinema.
 
Posição
 
Anthony Doyle, vice-presidente regional e diretor de conteúdo local da Turner International do Brasil, disse que mensalmente aparecem empresários brasileiros interessados em criar uma CNN Brasil. Segundo ele, algumas negociações até demoram; outras nem tanto. Ou seja, a hipótese de trazer uma CNN para cá (futuramente, quem sabe) não está descartada.
 
Cinema
 
O diretor Jayme Monjardim, além dos compromissos na Globo, trabalha também na finalização do longa-metragem “O Tempo e O Vento”, que reúne mais de 100 atores. A produção, de acordo com Jayme, chegará aos cinemas em setembro.
 
Assim também não – 1
 
Walker Blaz, ex-voz padrão da Band, se manifestou em relação à sua saída da emissora, aparentemente nada amistosa. Segundo ele, "após vários anos, emprestando a voz ao canal e sempre presente, participando em suas mais importantes iniciativas, fui surpreendido com uma proposta para renovação completamente absurda". A Band queria reduzir o seu salário em 70% e Walker continuaria gravando apenas especiais.
 
Assim também não – 2
 
Embora não esteja mais na Band - foi substituído por Phil Miler, Walker Blaz informa que a sua voz segue pela HBO Latin Américan Group, na 25th Century FOX e no mercado publicitário. Sobre a possibilidade de retorno à TV aberta brasileira, ele explica que existe uma negociação em andamento, mas prefere manter em sigilo por enquanto.
 
Direito de resposta
 
Em relação ao caso do beijo de Maytê Piragibe em “José do Egito”, a assessoria da Record dá sua versão e informa que a direção da minissérie fez pedido de uma dublê, mas para a atriz mirim que interpreta o papel dela, Azenate, quando jovem, no caso Ana Rita Cerqueira. Ela, segundo a emissora, tem uma cena de beijo com José (Ricky Tavares) e como é menor de idade, decidiu-se por uma dublê para essa gravação. Ao contrário do que falam alguns atores da própria série, a Record diz que Maytê Piragibe faz todas as cenas da personagem, inclusive de beijos, se for o caso. Então pronto.

  • Divulgação/Globo
    Maria Gadú na festa da novela "Flor do Caribe", que aconteceu sábado em São Paulo, e que tem Grazi Massafera como protagonista
Bate – Rebate
 
•       No sábado e domingo, uma equipe de “Salve Jorge”, liderada pelos diretores Adriano Melo e Marcos Pimenta, gravou sequência da novela no shopping Boulevard Iguatemi, em Vila Isabel.
•       Nessas gravações, Helô, Giovanna Antonelli, sai em perseguição a Wanda, Totia Meirelles.
•       Grace Gianoukas grava participação especial em “Guerra dos Sexos” como Ludmila Petrovika.
•       A personagem está ensinando Reynaldo Gianecchini, Nando, a desfilar.
•       Daniela Escobar fala do seu trabalho em “Flor do Caribe”, quarta-feira, no programa “Todo Seu”, da Gazeta.
•       A direção da Record decidiu aumentar o número de episódios dos programas “Ídolos Kids” e “Got Talent”, ambos da parceira Fremantle.
•       Cada um, em vez de 14, será produzido em 16 edições.
•       Lima Duarte está garantido no elenco da nova novela de Walcyr Carrasco, mas não vai aparecer no começo da história.
•       Depois da festa de “Flor do Caribe” no Espaço Gardens da Vila Leopoldina, Henri Castelli levou os mais chegados para o “Dezoito Bar”, no Itaim, do qual é um dos sócios.
•       Só teria acesso ao local quem estivesse com uma pulseira prateada, distribuída pelo próprio Castelli. Quem não ganhou, claro, torceu o nariz.
•       Marcina Moreira, personagem que foi da Sonia Braga na primeira versão de “Saramandaia”, agora será vivido por Chandelly Braz, que fez a periguete Brunessa em “Cheias de Charme”.
•       Nesta quarta-feira, às 22h15, o canal Nat Geo exibe, um dia antes de sua abdicação, o documentário “O Papa Bento XVI”, sobre a vida de Joseph Ratzinger.  
 
 
C’est Fini
 
O “Encontro”, da Fátima Bernardes, mudou de núcleo na Globo e, agora, passa a ser comandado pelo diretor  Boninho. De acordo com a emissora, mudança que já estava prevista, uma vez que Maurício Farias, que acompanhou o programa até aqui, voltará suas atenções para a nova temporada de “Tapas & Beijos” e a outros projetos da programação da emissora.  Boninho, portanto, que já cuida do “Mais Você”, ganha mais essa responsabilidade, nas manhãs da Globo.
 
Ficamos assim. Mas amanhã tem mais. Tchau!

*Colaboração de José Carlos Nery

Em "Escalada", censura proibiu JK na inauguração de Brasília



  • Reprodução
    Susana Vieira (Cândida) e Tarcísio Meira (Antonio Dias) em cena da novela "Escalada" (1975)
    Susana Vieira (Cândida) e Tarcísio Meira (Antonio Dias) em cena da novela "Escalada" (1975)
É possível imaginar um documentário, um filme, uma série ou uma novela que falem sobre a construção de Brasília sem qualquer referência a seu idealizador, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira? Nos tempos da ditadura militar foi exatamente isso que aconteceu.
Como JK era opositor da ditadura e tinha planos de voltar à presidência, os censores proibiram qualquer menção a seu nome na novela ?Escalada?, escrita por Lauro César Muniz e protagonizada por Tarcísio Meira, Renée de Vielmond e Susana Vieira.
A novela contava a trajetória de Antonio Dias, desde os anos 1930 até o presente de então, 1975, ano de sua exibição. O protagonista participava, entre outras empreitadas, da construção da nova capital. JK nem era um personagem. Apareceria apenas em filmes da inauguração da cidade. Mesmo assim, os censores foram irredutíveis.
Trinta e oito anos após sua exibição, o autor da trama pôde ver pela primeira vez os laudos e apontamentos da censura sobre a história que escrevera inspirado na trajetória de seu pai. Em entrevista exclusiva, Muniz contou ao UOL as histórias por trás de cada documento neste terceiro capítulo da série sobre a censura às novelas. Leia a entrevista:
UOL ? Por que a censura implicou tanto com ?Escalada??
Lauro César Muniz ? A coisa que mais me deixou perplexo em ?Escalada? foi que eles me proibiram de citar o nome do Juscelino [Kubitschek] direta ou indiretamente. Então eu não podia dizer nem Juscelino, nem JK, nem Nonô (que era o apelido de infância dele). Mas um dia eu tive o privilégio de ir jantar com ele. E assistimos a um capítulo de ?Escalada? juntos. Jantamos e ficamos conversando até tarde da noite. Aí passei a trocar cartas com ele. Quando ele foi editar um dos seus livros, ?A Escalada Política?, ele pediu minha autorização para usar a palavra ?escalada?, veja só... Depois me mandou seus livros autografados.
Como funcionava o processo de censura?
Depois de eles analisarem as sinopses a gente ia a Brasília para negociar as coisas que eram para ser cortadas. Algumas nós conseguíamos, outras a gente perdia...
Eles eram maleáveis?
Maleáveis em que sentido?
De aceitarem as contestações?
Olha, eles nos tratavam muito bem...

Veja os arquivos da censura às novelas durante a ditadura militar95 fotos

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Arquivo da censura da novela "Escalada" Arte/UOL
Mas eles ouviam suas argumentações?
Ouviam, mas nem sempre acatavam, claro... Ficávamos em volta de uma mesa, na cabeceira o censor, em volta eu, o diretor e o representante da censura dentro da Globo. Íamos para lá a discutíamos na medida do possível os cortes. Em ?Escalada?, a princípio, não teve muito problema. Mas conforme os capítulos foram sendo gravados, começou a complicar bastante.
Por exemplo?
Fora o Juscelino, vários cortes de relações femininas que eles consideravam extraconjugais. Por exemplo, o personagem do Tarcísio Meira [Antonio Dias, o protagonista da história] se desquitava da personagem da Susana Vieira [Cândida] e ela se envolvia com o personagem do Leonardo Villar [Alberto]. Isso era um problema, embora eles fossem desquitados. Não havia divórcio ainda. O senador Nelson Carneiro chegou a me dizer que essa novela até o ajudou bastante durante o processo de aprovação da lei do divórcio no ano de 1977. Disse que esclareceu as dificuldades da mulher com as restrições do desquite.
Você teve de fazer alguma mudança drástica na sinopse original da novela?
A única sinopse que tive que alterar foi de ?O Casarão?. Tirei dois personagens.  Um rapaz judeu que se apaixonava por uma mulher não judia. Eles me pediram para tirar isso, para não mexer com as restrições dos judeus com relação ao casamento com não-judeus. Eu atendi porque me pareceu que não precisava ir tão fundo assim. Mas não houve pressão de tirar do ar. Foi antes de a novela começar, inclusive. Em ?Escalada? eu tive que modificar um personagem que era um vigarista que se vestia de batina e tomava o lugar do padre da cidade, que já estava muito velho. Quem fazia era a Lutero Luiz e eu tive que trocar por professor, para não mexer com a Igreja Católica. Hoje isso passaria tranquilamente. Cenas de sexo não se faziam de maneira nenhuma. Tive problema com um menino, o filho do Antonio Dias, que fumava escondido. Era uma brincadeira, coisa de criança, muito comum, mas não podia dar ideia. O que eu fiz, e que passou, é que ele pega a o cigarro apagado e coloca na boca.
Na época podia fumar nas novelas?
O que não podia era criança fumar. Mas os adultos podiam muito. Acho que até que havia merchandising de cigarro...
Tivemos acesso um laudo em que eles pedem o corte da cena em que a personagem Marina [Renée de Vielmond] pede para passar a noite toda com Antonio Dias...
Isso era muito comum. A gente nem podia sugerir que ele, que não era casado com a Marina, embora fossem apaixonados, passaria a noite junto com ela.
  • Arte/UOL
Você viu o laudo sobre o uso da palavra "cocô" na sua novela?
Que coisa absurda! ?Uma coisa que dá nos coqueiros, só que com acento fora do lugar!? A palavra cocô era de extremo mau gosto, olha só! Outro dia o [José] Wilker falou em ?Gabriela? que ia cagar com a maior tranquilidade (gargalhadas).
Houve algum momento em que vocês acharam que a censura poderia voltar?
Durante o governo Fernando Henrique eu e alguns artistas fomos a Brasília conversar com ele. Havia rumores de que ele estaria sofrendo pressão para que voltasse. Em determinado momento do almoço ficamos a sós, na hora da sobremesa. Eu falei que estava muito preocupado. Ele deu uma piscada e disse: ?Deixe isso comigo...? Foi um off (risos)...
Nos documentos, há um pedido de corte de cenas ?por contrariar os interesses nacionais e por suas agressivas citações, ainda que referentes a governos anteriores?. O que significa isso?
Qualquer governo ditatorial que refletisse o que estava acontecendo no país, que fizesse alusão ao presente, era cortado. E a novela tinha o Getúlio, né? No início da novela. A novela começava no final da década de 1930. Ela começa no Estado Novo. A gente fazia intencionalmente, não vou negar. A pressão para não fazer simplesmente empurrava a gente a fazer. Chamávamos isso de guerrilha. E fazíamos! O Dias Gomes, eu, o Bráulio Pedroso. Era uma coisa feita com consciência. Por que não aproveitar o governo ditatorial do Getúlio Vargas, o Estado Novo e mencionar coisas semelhantes com a ditadura militar que estava no auge em 1975, com o governo Geisel?

COMO PESQUISAR SOBRE CENSURA?

  • Divulgação/Arquivo Nacional
    Basta marcar horário pelo fone 0/xx/61-3344-8242; o Arquivo Nacional fica no Setor de Indústrias Gráficas, Quadra 6, Lote 800, em Brasília
Outro laudo menciona que a sua novela fazia um ?combate à política cafeeira do país?. Como?
Isso foi outra coisa incrível que aconteceu. Houve erros na política cafeeira do próprio Juscelino. Ele foi obrigado a baixar um decreto relativo ao confisco cambial do café. Quer dizer, todo café exportado tinha que reter um valor de imposto para o governo. E o personagem do Antonio Dias falava disso, afinal ele era cafeicultor. Quando a crítica foi relativa ao governo de então, cortaram. Quando foi sobre o governo do JK, a cena passou. Aliás, no capítulo em que assisti com o Juscelino, falava-se disso. Tive vontade de entrar embaixo da mesa de vergonha. Ele disse que era verdade e que sofreu muito com isso, pois tinha sido pressionado a fazer. E deu razão à minha crítica, o que foi bonito.
Há um pedido de corte de uma cena que contém nome de ?país relacionado com o Brasil cooperando com uniões conjugais de desquitados no país?. Que país era esse?
Naquela ocasião que tinha desquite, muita gente ia se casar fora do Brasil. No Uruguai, por exemplo, em que existia divórcio. E essa menção era feita na novela, que era muito mais saudável se casar fora do Brasil. A Marina, por exemplo, casava-se nos Estados Unidos com Cecil Thiré e voltava depois de muitos anos. E como ela voltava e se apaixonava de novo pelo Antonio Dias, ela dizia que poderia perfeitamente se divorciar nos Estados Unidos. E ela entra com o processo de divórcio lá. E se comentava que a situação da Marina era muito mais confortável do que a da mulher desquitada, que continuava tendo obrigações com o marido. Chamava muito a atenção e a censura caiu em cima disso, embora alguma coisa a esse respeito tenha passado.
?Cortar cena em que o protagonista faz gesto às escâncaras. Ou seja, dá banana!? Qual o motivo desse corte?
Você veja, dar banana era obsceno. A palavra ?chato?, por exemplo. Era evitada. Porque fazia alusão ao bichinho que dá nos pentelhos! E a palavra ?chato? surgiu nos anos 1940, se não me engano, e era relativa exatamente ao bichinho, porque era uma coisa chata pegar aquilo!  Eu não sei. Era uma loucura aquilo. Era um ?nonsense?.
Há um documento da Globo avisando à censura que a atriz Camila Amado fora substituída pela Susana Vieira. Os censores tinham que ser avisados de tudo?
Tudo tinha que avisar. Tinha uma parte burocrática terrível. Por exemplo, agora o personagem do Lutero Luiz não é mais padre. Aí tinha que reescrever a sinopse e mandar tudo de novo com as mudanças que iam decorrer disso. E tinha uma pessoa encarregada de digitar tudo isso e mandar para eles. Um saco!
E por que ela foi substituída?
É até meio chato de dizer isso, mas ela não tinha muita experiência de televisão. Ela era uma ótima atriz de teatro, mas para a TV era muito empostada. Aí o Daniel Filho me chamou e perguntou o que eu achava. A gente concluiu que o tom dela era muito teatral. Aí a Susana regravou tudo. Mas fiquei muito chateado, porque tenho muito apreço pela Camila.
  • James Cimino/UOL
    Autor Lauro César Muniz folheia livro autografado pelo presidente Juscelino Kubitschek
Em outro documento, a Globo informa aos censores o início da terceira fase, que é marcada pela inauguração de Brasília. Também informa que serão usados filmes com imagens reais da época. Eles autorizaram?
Foi na terceira fase que deu problema com o Juscelino. O personagem do Antonio Dias ia para Brasília construir a cidade. Ele era uma espécie de mestre de obras e ficava em barracos. Tinha o momento da inauguração. Quisemos colocar filmes com o Juscelino, mas não deixaram. Mostraram flashes da cidade já construída, mas sem o Juscelino. Aí, para driblar, o personagem do Otávio Augusto assoviava a música ?Peixe Vivo? (?como pode o peixe vivo/viver fora da água fria?). Era uma música que o JK gostava de cantar na infância em Diamantina (MG). Ele assoviava, porque nem cantar podia. Isso incomodou a censura, mas o Juscelino riu muito disso.
Aqui tem um documento falando do desmembramento dos capítulos 191 e 192, por quê?
Os capítulos 191 e 192 foram desmembrados em seis capítulos, com flashbacks. Isso foi um pedido do Boni e eu não pude recusar. Isso porque a novela que ia estrear em seguida era ?Roque Santeiro?, que seria a primeira novela a cores no horário das 20h. Como a novela foi proibida, tínhamos que ganhar tempo até decidir o que eles iam fazer. Tive que fazer mais quatro capítulos além. Nessa ocasião, fomos a Brasília. A Globo inteira foi, mas não foi possível demovê-los da ideia de proibir a novela. Aí estreou um compacto de ?Selva de Pedra? e só depois, a cores, estreou ?Pecado Capital?.
Que outras novelas suas foram censuradas?
Todas! Até ?O Salvador da Pátria?, que foi a primeira novela a ser exibida após o fim da censura. O final do Sassá Mutema [Lima Duarte] era diferente. Quase todo mundo achava que o Sassá era o Lula. O próprio Lula me perguntou isso uma vez. Só que uma parte achava que eu estava criticando negativamente o Lula, e outros achavam que eu estava enaltecendo o Lula. Só que a novela ia muito bem de audiência. Foi minha novela de maior audiência. Por isso, havia uma pressão muito forte para que eu desviasse o foco político do personagem e centrasse no foco policial. Até que um dia eu recebi um pedido da direção da Globo, com todas as letras, para evitar o político, porque havia chegado uma informação de Brasília que o ministro da Justiça estaria muito incomodado por achar que a novela era uma propaganda pró-Lula. Fui obrigado a modificar o final da minha história. O final era com o Sassá Mutema subindo a rampa do Planalto, inclusive está na abertura. Mas em função dessa interferência de Brasília, não foi assim. Eles acharam muito pesado para um momento em que haveria a primeira eleição presidencial democrática após a ditadura. Até hoje é um mistério pra mim essa história.
?Escalada? foi exibida entre 6 de janeiro e 23 de agosto de 1975 no horário das 20h. Para saber mais sobre a história dessa novela, clique aqui.

"Mulheres defendem a Maria Vanúbia", diz Roberta Rodrigues




  • Roberta Rodrigues, a Maria Vanúbia, de "Salve Jorge"
    Roberta Rodrigues, a Maria Vanúbia, de "Salve Jorge"
No ar em "Salve Jorge", Roberta Rodrigues e Lucy Ramos têm chamado a atenção cada uma ao seu jeito. Enquanto Roberta dá vida a espevitada Maria Vanúbia, uma periguete que não perde tempo na hora de seduzir o vizinho Pescoço (Nando Cunha), Lucy interpreta Sheila, a amiga legal de Morena (Nanda Costa), que se encontra no dilema de revelar ou não a verdade sobre o tráfico internacional de mulheres.
Em comum as duas, além da beleza, o sucesso nas ruas. Em conversa aoUOL, Roberta contou que o que não faltam são "Marias Vanúbias" por aí. "Tem mulheres que chegam para mim e dizem: 'Eu sou a Maria Vanúbia do Alemão'. Achei que as mulheres fossem odiar a Maria Vanúbia, mas elas são a favor. As pessoas amam e acabam defendendo ela", contou. Além disso, a atriz viu seu nome mudar de Roberta para "Percoço".
"As pessoas esqueceram o meu nome, eu não sou mais a Roberta, sou o 'Percoço'", explicou ela imitando a maneira como Maria Vanúbia se refere ao vizinho cafajeste. A razão, segundo a atriz, vem da sintonia entre os atores. "Nando e eu fomos criando uma sintonia fora de cena e isso também pegou muito forte nos personagens", opinou. Já Lucy tem ouvido conselhos de como ajudar Morena. "Tem sido bonita a maneira como as pessoas tem olhado para a Sheila, Elas ficaram com medo dela também ser levada para a Turquia e esperam dela uma atitude que ajude a Morena", frisou.
  • Lucy Ramos é a Sheila de "Salve Jorge"
Nascida e criada no morro do Vidigal, comunidade localizada na zona sul do Rio, Roberta garantiu que não teve problema para viver uma moradora do Alemão. "Eu conheço a vida do morro, as pessoas que trabalham lá, os rapazes do moto taxi, os motoristas das vans", explicou ela. Paulista, Lucy precisou de algumas dicas de Roberta para compor a personagem. "Está sendo muito difícil ser uma carioca. Assim que começaram as gravações eu fui ao Alemão e tenho pedido ajuda a Roberta", revelou.
Para Lucy, as cariocas têm "uma ginga, um jeito de falar e uma malícia" que precisa de tempo para serem absorvidos. "Toda vez que estudo o texto penso no jeito de falar, faço exercícios antes de entrar em cena e trabalho com uma fono para não deixar o sotaque paulista aparecer", pontuou.
Figurino fez atrizes entrarem na academia
Uma das características mais fortes para a composição das "belas do Alemão" foi o figurino. Não é difícil ver Roberta de biquíni ou Lucy circulando de barriga de fora. Para "não fazer feio", ambas recorreram à academia.
Para não fazer feio emagreci e comecei a malhar mesmo
Roberta Rodrigues sobre cenas de biquíni
"A Maria Vanúbia está o tempo todo de biquíni e mostrando o corpo. Para não fazer feio emagreci e comecei a malhar mesmo", explicou Roberta. E mesmo que a Sheila de Lucy não tenha um apelo tão sexual, a atriz também mudou a alimentação para ganhar um pouco mais de corpo.
"Sou modelo, tenho um estrutura magra. Estou malhando e fazendo uma reeducação alimentar para não ficar tão magrinha, as meninas do Alemão são mulherões (sic)", comparou a atriz.
Quando indagadas sobre o que têm em comum com suas personagens, Roberta garantiu que sempre "gostou de um pagode" enquanto Lucy tem ficado mais atenta ao funk. "Não faz parte da minha playlist, mas morando no Rio tenho escutado mais", disse.
Sobre o futuro da periguete, Roberta torce para que as desavenças entre ela e Morena (Nanda Costa) cheguem ao fim. "A Maria Vanúbia não é vilã, ela é impulsiva, fala o que dá na telha, acho que seria legal isso dela ir para a Turquia e se tornar uma aliada da Morena agora que a Jéssica morreu", torceu.

Bastidores da novela "Salve Jorge"223 fotos

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1.fev.2013 - Bruna Marquezine e Roberta Rodrigues entraram no clima de Carnaval em gravação de "Salve Jorge". Na pele de Lurdinha e Vanúbia, as atrizes se vestiram de musas da bateria para sair em bloco da novela Divulgação/TV Globo

Em "Salve Jorge", Lucimar arma emboscada para Wanda



  • Divulgação/TV Globo
    Wanda (Totia Meirelle) se faz de amiga e mente para Lucimar (Dira Paes) sobre Morena (Nanda Costa)
    Wanda (Totia Meirelle) se faz de amiga e mente para Lucimar (Dira Paes) sobre Morena (Nanda Costa)
Em "Salve Jorge", depois da família de Morena (Nanda Costa) receber a notícia que a garota "morreu" em Istambul, Lucimar (Dira Paes) terá a certeza de que Wanda (Totia Meirelles) está envolvida com a morte de sua filha e vai armar uma emboscada para pegar a traficante. Lucimar vai ainda sair "no tapa" com Wanda. As cenas devem ir ao ar no dia 4 de março.

A mãe de Morena começa a armar a emboscada, quando Sheila conta para ela tudo o que sabe sobre o tráfico de pessoas. A partir daí, as duas armam um plano. Sheila atrairá Wanda para o Morro do Alemão, dizendo que quer participar do teste para ser modelo na Turquia. Enquanto isso, Lucimar fará um telefonema anônimo para a Polícia Federal, que subirá até o morro para flagrar a traficante em um beco. 

Veja cenas de "Salve Jorge"83 fotos

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25.fev.2013 - Helô (Giovanna Antonelli) chama Jô (Thammy Miranda) para conversar e conta sobre o perfil falso em uma rede social com o rosto de Santiago (Junno Andrade). "Isso tem cara de recado", diz a jovem, já atrás de pistas. As duas conversam e especulam sobre Wanda (Totia Meirelles) e Helô resolve infiltrar Jô na máfia para levantar informações. A delegada avisa que a policial terá que ralar. No ar em 25/2/13Divulgação/TV Globo
Wanda chegará no local munida de um canivete, e Lucimar a atacará de imediado. Elas começam a brigar até que a mãe de Morena dá uma gravata em Wanda.

WANDA - Para, o que é isso? Lucimar, para!

LUCIMAR   - Que é que tu fez com minha filha, sua condenada?

WANDA -  Fiz nada! Lucimar... ?

LUCIMAR - Não fez nada não, é? Não fez nada não?

WANDA -    Ai... não tô respirando!

LUCIMAR - Espera que vai piorar!

LUCIMAR - Cobra! entrou dentro da minha casa pra acabar com a vida da gente... Mentirosa, falsa, cafetina sem vergonha, vagabunda

WANDA - Tá me sufocando!

LUCIMAR  - Tá é pouco ainda, sua vigarista! Tu ia me furar com isso aqui, é?

A polícia chega e Lucimar grita, mas Wanda consegue sair do golpe dado pela empregada doméstica. "Pega aquela bandida! me solta! ela traficou minha filha!", grita a mãe de Morena. Mesmo assim, Wanda foge e, no caminho, rouba uma moto.

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