quarta-feira, 5 de junho de 2013

Para Gerdau, burrice de criar mais ministérios está no limite


O empresário Jorge Gerdau acha que o Brasil precisa "trabalhar com meia dúzia de ministérios ou coisa desse tipo" e não com as 39 pastas existentes na administração da presidente Dilma Rousseff.
Esse inchaço se dá por contingências políticas, mas "tudo tem o seu limite", diz o presidente da Câmara de Políticas de Gestão da Presidência da República. Em entrevista ao Poder e Política, projeto da Folha e do UOL, na última terça-feira, ele completou: "Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período".

Trechos da entrevista com Jorge Gerdau - 7 vídeos

Apesar da frase quase beligerante, Gerdau disse conversar sobre esse assunto com a presidente da República, a quem elogia. "Eu já dei um toque na presidenta" e ela está "totalmente ciente" do que se passa, declara.
"Dentro da estrutura brasileira, o conceito de política atrapalha bastante a gestão. Mas... [pausa] a gente tem que encontrar os caminhos dentro das realidades que cada país tem", afirmou o empresário em uma de suas raras entrevistas.
Embora enxergue avanços na gestão do país, suas previsões são de longo prazo. "Para deixar o país com planejamento competitivo em todas as frentes" um prazo de "dez anos é pouco".
Um exemplo de como Gerdau avalia hoje a administração pública federal: "No Brasil, só tem quatro ou cinco instituições em que a estrutura de meritocracia e profissionalismo funcionam: Banco do Brasil, Banco Central, Itamaraty e Exército. Tem ainda o BNDES também".
Entre os resultados de seu trabalho voluntário no governo federal, Gerdau cita "pequenas coisas". Por exemplo, a capacidade de atendimento no aeroporto de Guarulhos: cerca de 900 passageiros por hora em 2011 e 1.500 agora.
A seguir, trechos da entrevista:
Folha/UOL - Há quase dois anos à frente da Câmara de Políticas de Gestão, o que foi possível avançar?
Jorge Gerdau - O trabalho mais pesado que nós fizemos foi na Casa Civil. Com o PAC, que era uma estrutura que trabalhava dentro da Casa Civil. Foi para o Ministério do Planejamento. Foi necessário fazer uma reorganização para dar condições de administração para que a presidente possa acompanhar todos os projetos. Fez-se toda uma estrutura de informática.
Avançamos em várias coisas. No Ministério da Saúde, na área de logística, compra de remédios etc. Trabalhamos fortemente no Ministério dos Transportes.
Tem algum resultado objetivo?
Essa área de logística. [O Ministério da Saúde] tinha uma capacidade de atendimento de 40% da demanda. Até junho, nós vamos atingir um ritmo de atendimento de 80%. É um avanço concreto em benefício da população.
Outro exemplo prático foi em Guarulhos. O aeroporto tinha uma capacidade de atendimento de 900 pessoas por hora. De 2011 para 2012, nós conseguimos atingir um número próximo a 1.500 por hora. O que foi? Pequenas coisas. Ampliar o número de balcões, o atendimento dos passaportes e do controle da bagagem. Pequenas mudanças no layout. Coisas simples.
Apesar de avanços pontuais, dá impressão de que a máquina pública empaca ou anda sozinha. O sr. se frustra?
Não digo que tenha frustração, mas tive que desenvolver uma paciência que, historicamente, eu não tinha. As coisas vão, muitas vezes, mais devagar. Mas avançam.
O sr. diria que a política atrapalha a gestão?
[longa pausa] Dentro da estrutura brasileira, o conceito de política atrapalha bastante a gestão. Mas... [pausa] a gente tem que encontrar os caminhos dentro das realidades que cada país tem.
A política faz com que as tecnologias e a profissionalização das gestões da administração sejam insuficientes e insatisfatórias. Você tem que separar os três níveis: as funções e interesses de Estado, as de governo e de administração. País civilizado troca de ministro e muda duas, três pessoas de relação pessoal. A administração não muda. A estrutura de governança pode ter modificações de decisão política. Muda o partido, a cabeça do líder. Mas, no Brasil, só tem quatro ou cinco instituições em que essa estrutura de meritocracia e profissionalismo funcionam.
Quais são elas?
Banco do Brasil, Banco Central, Itamaraty e Exército. Tem ainda o BNDES. São órgãos que você vê funcionarem. Lógico que a direção desses organismos obedece a uma orientação política. Mas elas são profissionalizadas. O sistema privado todo trabalha em cima da meritocracia. As promoções são feitas por avaliações de competência. Isso é um passo que o Brasil ainda tem que atingir.
O Brasil acaba de ganhar, agora, o seu 39º ministério. O Brasil precisa ter 39 ministérios?
Não. Deveria trabalhar com meia dúzia de ministérios. Fazer um agrupamento de ministérios. Agora, na realidade, por contingência das estruturas políticas que você tem... Eu não sei quantos partidos nós temos hoje. A cada meio ano vem mais um. A cada composição dessas, novamente tem que ajeitar um ministério. Novamente falta o conceitual básico de que as decisões políticas tem que existir, mas a estrutura gerencial tem que ter estruturas administrativas. Esse fenômeno de ter esse número de partidos é consequência da estrutura política partidária que nós temos.
O número de ministérios...
O número de partidos faz com que eu tenha um ministério ou dois, conforme o número de partidos. Fica dividindo o bolo não por conceitos administrativos, mas por conceitos políticos.
O número de partidos vai aumentar. É uma lógica perversa. A gente vai acabar tendo cada vez mais ministérios?
É. Eu diria o seguinte: tudo tem o seu limite. Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período.
Do jeito que está hoje, a presidente teria poder para reduzir o número de ministérios?
Poder, tem. Mas como o número de partidos vai crescendo cada vez mais, é quase impossível. O que a presidenta faz? Ela trabalha com meia dúzia de ministérios realmente chave. O resto é um processo que anda com delegações de menos peso.
A administração pública federal tem, mais ou menos, 20 mil cargos de confiança. É excessivo?
Absolutamente excessivo. Dentro do esquema que eu falei: funções de Estado, de governo e o resto seriam administrações estruturadas, com carreira, com meritocracia. Você deveria ter meia dúzia de cargos de confiança por ministério. O resto tem que ser de carreira.
O sr. fala isso para a presidente? Como ela reage?
Eu já dei um toque na presidenta sobre esse tema. A presidenta me deu a explicação que dei para vocês.
Que ela fica premida pela situação política?
Que a estrutura hoje é essa e tem que gerir nesses termos.
Causa angústia?
Ah, totalmente. Lógico. Mas eu tenho convicções de que esse processo de maturação tecnológica é um trabalho de anos. O governo federal tem todas as condições para avançar. O trabalho talvez mais interessante que nós estamos fazendo é estruturar em todos os ministérios o mapa estratégico.
O que seria isso?
Um processo desenvolvido em Harvard. Definir as metas principais sobre a visão estratégica. Depois, uma visão financeira. E depois uma visão de processo e de recursos humanos. Você faz uma definição clara da missão daquela organização. É um instrumento para que todo mundo que trabalha naquele ministério entenda para que esse ministério existe, quais são as metas.
O Brasil está com o mercado de trabalho superaquecido. Os salários pressionam. Como o país achará uma saída para esse quadro?
Buscar soluções de produtividade. No Brasil há um tema que é a não-competitividade do produto brasileiro e outro que é a análise da produtividade. São duas coisas que deveriam ser analisadas separadamente.
Eu tenho áreas na Gerdau com patamares de produtividade homem-hora semelhantes aos melhores do mundo. Agora, se eu tomar o que um operário no Brasil tem sobre o que ele leva líquido para a casa... Ele tem mais de 100% de baixo para cima. Outros países não têm. No Chile, por exemplo, um operário leva quase 85% para a casa daquilo que ele custa.
Custa para a empresa?
Para a empresa. Nos Estados Unidos os custos adicionais são extremamente pequenos. Poucos países usam a folha de pagamento como instrumento arrecadatório. O certo seria que a relação contratual entre a empresa e empregado se vinculasse apenas naquilo que é a relação de trabalho.
O sr. está dizendo que sem reforma trabalhista o país não sai desse labirinto?
Desse labirinto da não competitividade.
Não há mais o que fazer na gestão?
Na gestão tem o que fazer. Mas tem outros temas. Um é a educação, um fator decisivo na busca por produtividade.
Nas boas empresas só entra gente educada. Mas a produtividade acontece no chão de uma pequena atividade. Da capacidade de uma caixa saber fazer rapidamente as contas. Coisas desse tipo. Eu tenho um amigo meu que diz assim: 'Pega uma garçonete lá na Alemanha e vê a produtividade. Ela leva o dinheiro no bolso [e faz as contas e o troco na hora]'. A soma dessas coisas é que faz a produtividade. Isso atinge toda a cadeia.
A presidente Dilma é ciente desses problemas?
Totalmente ciente.
Mas a presidente e o PT já estão há dez 10 anos no poder. Não foi tempo suficiente?
São perfis completamente diferentes da visão de liderança.
Mas ela foi chefe da Casa Civil em grande parte do governo anterior...
Mas como chefe de Casa Civil ela procurou organizar o PAC. Um instrumento importante para botar controle no que se investe no país. Mas isso não quer dizer que você conseguisse eficiência operacional em todos os ministérios.
Quanto tempo o sr. acha que nesse ritmo a presidente Dilma colherá resultados muito concretos?
Cada ano, cada dia, avança um pouco. Mas, para deixar o país com planejamento competitivo em todas as frentes, eu acho que dez anos é pouco.
Pouco?
Pouco.
Vinte anos?
Vinte talvez seja muito.
O empresário Jorge Gerdau concede entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues

Presidente de sindicato critica importação de médicos: "falta estrutura e não profissional"


Médicos e estudantes de medicina realizam neste sábado (25), no centro de São Paulo, uma mobilização contra a intenção do governo federal de importar médicos estrangeiros para o Brasil, que supririam o déficit de profissionais no interior do país e na periferia das grandes cidades.
A passeata organizada parte da sede da Associação Paulista de Medicina, na av. Brigadeiro Luiz Antônio, pela manhã e segue para o Largo São Francisco.
Para o presidente do Sindicato de Médicos de São Paulo (Simesp), Cid Carvalhaes, o problema é estrutural e a medida do governo seria ineficaz. "A importação não é eficiente e não atende a demanda", afirma em entrevista à sãopaulo.
Médicos realizam cirurgia de revascularização no InCor (Instituto do Coração), em São Paulo
Carvalhaes diz que a medida apenas "minimiza" o problema. "Falta estrutura, e não profissional. Não tem posto de atendimento. Falta medicamento, possibilidade de consultas com outras especialidades. Falta dentista, enfermeiro, exame, hospital. Falta tudo", analisa. "No nosso entendimento, o problema não se resolve importando ou exportando médico."
O sindicato acredita que o número atual de médicos no país é adequado, mas admite que a melhor distribuição é fundamental. Para tanto, seriam necessárias modificações na estrutura do atendimento, segundo ele. "O que um município com 5 mil habitantes pode gerar de recursos financeiros para ter um suporte de atendimento? É preciso realizar consórcios municipais e inter-regionais. Não podemos simplificar o debate."
Carvalhaes também critica a falta de informação em relação ao destino desses profissionais após o prazo de atuação deles. "Não se diz qual o destino que se daria a eles depois. Se vão prestar provas ou serão proibidos de ficar no país como médicos, enfim. Temos informações em doses homeopáticas", comparou Carvalhaes.
O presidente do sindicato também demonstra preocupação com um possível "choque cultural", afirmando que os médicos estrangeiros precisam se adaptar para que possam entender a população a ser atendida, em especial na questão da linguagem.
OUTRO LADO
O ministro da Educação Aloizio Mercadante se pronunciou sobre o caso no último dia 14 e afirmou que a política será temporária e que os médicos selecionados poderão atuar no Brasil por até três anos.
Na última terça-feira (21), o ministro da Saúde Alexandre Padilha disse que as cidades que desejarem receber os médicos de fora deverão construir ou ampliar sua rede de saúde e que a intenção é colocar profissionais brasileiros e estrangeiros nas unidades.
O Ministério da Saúde esclarece que o programa ainda está na fase de discussão e que o governo brasileiro tem se reunido com o governo de outros países como Portugal, Espanha, Reino Unido, Canadá e Austrália para estudar de que forma foi feita a captação de mão de obra estrangeira.
O governo também estuda a possibilidade de haver um intercâmbio com profissionais brasileiros, que fariam residência no exterior.
Sobre o número de profissionais no país, o Ministério nega que existam muitos médicos, afirmando que o Brasil tem 1,8 médico para cada mil habitantes --a Espanha, um dos países na lista de possível negociação, tem quase 4 para cada mil habitantes e o Reino Unido, 2,7.

Editoria de Arte/Folhapress
EM BUSCA DE MÉDICOS Ministério da Saúde quer compensar deficit brasileiro na área trazendo profissionais estrangeiros

Valério não aceita acordo e esvazia apuração contra Lula

O empresário Marcos Valério de Souza recusou a oferta de delação premiada no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Antonio Palocci com o esquema do mensalão.
Autor das acusações contra Lula e Palocci, Valério disse em depoimento em abril à Polícia Federal e ao Ministério Público, em Minas Gerais, que só aceitaria o acordo caso fosse beneficiado em todos os outros inquéritos criminais abertos contra ele.
A delação é um instrumento legal que estimula acusados a colaborar com investigações em troca de benefícios que vão da redução da pena até o perdão judicial.
Com a recusa de Valério --condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 40 anos de prisão por operar o mensalão--, a Folha apurou que aumentou o ceticismo dos investigadores em relação ao desenrolar da apuração.
A investigação contra Lula e Palocci começou após Valério ter declarado ao Ministério Público, em setembro do ano passado, que os dois petistas negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de US$ 7 milhões ao PT.
Empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, pivô do escândalo do mensalão, quando foi preso em dezembro de 2011 Leia mais
Essa é a primeira vez que se investiga a possível participação do ex-presidente no esquema do mensalão.
A tentativa de ouvir Valério em Minas foi a primeira iniciativa da delegada Andrea Pinho, a responsável na PF pelo inquérito. Mas, na maior parte do tempo, o empresário ficou calado.
DIFICULDADES
A Folha apurou que os investigadores definiram a apuração como difícil devido ao longo tempo passado desde a suposta reunião e pelo fato também de o empresário recusar a delação.
Editoria de Arte/Folhapress
Ao prestar o depoimento em setembro, Valério fez outras acusações, pediu proteção e disse estar disposto a aceitar a delação premiada, que agora recusou.
As negociações entre o Ministério Público Federal e o empresário não prosperaram porque, na opinião do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Valério queria apenas "melar o julgamento" do mensalão.
Segundo a Folha apurou, ao ser ouvido em abril ele não tirou a principal dúvida dos investigadores: descobrir quando exatamente teria acontecido a suposta reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.
No mensalão, Valério foi condenado no STF pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, peculato e evasão de divisas.
A lei que trata da delação premiada prevê, por exemplo, que em casos de crimes como lavagem de dinheiro, o beneficiado pode ter a pena reduzida "de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto".
O juiz pode decidir pela concessão da medida a "qualquer tempo". Há casos de delações premiadas aceitas inclusive durante a execução da pena pelo acusado.
OUTRO LADO
Na ocasião da abertura do inquérito, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou não haver informação nova "em relação às publicadas há cinco meses", se referindo ao depoimento de Valério ao Ministério Público. Ele nega envolvimento de Lula com o mensalão.
À época, o advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio, chamou o depoimento de Valério de "invencionice" e afirmou que o próprio Horta já havia negado publicamente qualquer pedido de ajuda financeira ao PT.
Na opinião de Batochio, a investigação da PF é sobre algo que não ocorreu.

Pastor Silas Malafaia e outras lideranças evangélicas promovem manifestação contra a liberação do casamento gay

Imagens do dia


 
Sérgio Lima/Folhapress Pastor Silas Malafaia e outras lideranças evangélicas promovem manifestação contra a liberação do casamento gay e em favor da liberdade de expressão religiosa, na Esplanada dos Ministérios
Pastor Silas Malafaia e outras lideranças evangélicas promovem manifestação contra a liberação do casamento gay e em favor da liberdade de expressão religiosa, na Esplanada dos Ministérios

Comissão do Senado aprova Barroso para o STF


A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira (5), por 26 votos favoráveis e um contrário, a indicação do advogado Luís Roberto Barroso para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O nome do advogado ainda precisa ser aprovado pelo plenário do Senado para que Barroso assuma a cadeira no tribunal, na vaga do ex-ministro Carlos Ayres Britto --o que deve ocorrer ainda hoje.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atrasou o início das votações no plenário da Casa para assegurar que os senadores votem a indicação do advogado esta noite.
Andre Borges/Folhapress
Luís Roberto Barroso, indicado ao STF, no Senado
Luís Roberto Barroso, indicado ao Supremo, no Senado
A oposição apoiou a indicação de Barroso, feita pela presidente Dilma Rousseff, e elogiou a sua escolha pelo governo. "Dessa vez, a presidente acertou. Vossa Excelência preenche todos os requisitos necessários para chegar à corte", disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
"Vossa Excelência é uma feliz indicação da presidente", completou o senador José Agripino Maia (DEM-RN).
Antes da votação, os senadores membros da comissão sabatinaram Barroso por quase sete horas. O advogado evitou responder perguntas relacionadas a temas que estão em análise do STF, mas disse estar disposto a participar da conclusão do julgamento do mensalão, se for necessário.
O STF ainda vai analisar recursos dos réus e definir se cabe novo julgamento nos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Barroso disse que o mensalão é um "ponto fora da curva" e que não vai agir por pressão "nem do governo, nem da opinião pública, nem de acusados, nem da imprensa" se analisar o caso.
"O Supremo endureceu no caso do mensalão. O mensalão foi um ponto fora da curva. Não houve um endurecimento geral, mas naquele caso específico", afirmou.
Senadores da oposição cobraram que ele vote no caso de acordo com as suas convicções, sem pressões do governo ou PT.
Também disse que, como não estudou o caso, vai fazer "o que o meu coração achar que é certo".
"Não sei o que eu acho, mas prometo que vou estudar. Adoro minha vida acadêmica, sou advogado feliz e realizado. Vou fazer o que meu coração disser o que é certo. Ainda não sei o que eu acho certo porque ainda não estudei", completou.
Questionado sobre a perda do mandato dos deputados condenados no mensalão, Barroso disse que há duas interpretações previstas pela Constituição --a de que a perda deve ser automática após decisão do Supremo e a que submete a palavra final ao Congresso --mas não deu sua posição pessoal.
"Esta é uma questão que vai voltar ao Supremo. Gostaria de participar do julgamento, se lá estiver. Se eu pré-julgar, vou me considerar impedido", disse.
Barroso revelou que se encontrou com a presidente Dilma Rousseff antes da sua indicação para o Supremo para discutirem questões "republicanas". No encontro, Barroso disse que foi "sabatinado" pela presidente, que o questionou sobre diversos assuntos, mas negou que tenha se comprometido com Dilma a defender questões de interesse do governo na corte.
"Eu não sei como cheguei aqui. Não tinha articulação política. Fiquei muito honrado, surpreso", afirmou.
Além de Dilma, Barroso disse que foi sondado pelo ex-deputado Sigmaringa Seixas e pelo ex-secretário da Casa Civil Beto Vasconcelos sobre a indicação.
Perto da definição do seu nome, o advogado disse que também conversou com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Na conversa com a presidente, o advogado disse que tratou de questões como separação de poderes, conflitos federativos e royalties.
Em defesa da atuação do Judiciário, o futuro ministro disse que o Poder deve agir para preencher lacunas deixadas pelo Legislativo, mas sem interferir diretamente em suas atribuições. "Acho ruim para o país que o Supremo se transforme em terceiro tempo da disputa política do Congresso", afirmou.
MAIORIDADE PENAL
Mesmo sem manifestar posição em relação à redução da maioria penal, Barroso disse que se preocupa com o aumento da população carcerária do país --numa sinalização de posição contrária à diminuição da maioridade para 16 anos.
"Reduzir a maioridade penal é aumentar a clientela do sistema penitenciário. É preciso saber se queremos criar mais demanda no sistema", afirmou.
Como o STF pode vir a se manifestar sobre o tema, Barroso disse que prefere não expor sua posição. "Eu não gostaria de ficar impedido, o que penso que ficaria se der posição taxativa."
Questionado sobre a proposta de internação compulsória de viciados em drogas, o advogado disse que o Poder Público tem "poderes de proteção" dos indivíduos, mesmo respeitando a autonomia dos brasileiros. "Se alguma pessoa se torna risco em potencial a outra, como fato real, o poder público pode e deve interferir."
Barroso também defendeu a adoção do sistema de prisão domiciliar para criminosos menos perigosos.
Além de sabatinar o advogado, a CCJ vai votar hoje a sua indicação para o STF. Se aprovada, segue para análise do plenário do Senado --o que também deve ocorrer hoje.
ABORTO E CAUSA GAY
Barroso reiterou sua defesa do aborto de fetos anencéfalos até o terceiro mês de gestação, como defendido pelo advogado no STF durante o julgamento da questão. Ele disse que não há possibilidade de fetos anencéfalos sobreviverem ao nascimento, por isso a mãe deve ter o direito de interromper a gravidez.
"Obrigar a gestante a enfrentar todas as transformações, se preparando para chegar um filho que não vai vir, esse é um sofrimento que pode ser evitado."
O advogado também defendeu a decisão do STF que autorizou a união civil homoafetiva ao afirmar que cabe à Corte defender os direitos de minorias. "As minorias não são protegidas pelo sistema legislativo, em toda parte do mundo. Considero que a matéria que uma Corte de Justiça pode ser mais expansiva é quando existe uma minoria desprotegida. Talvez essa seja a atuação mais marcante do Judiciário se posicionar."
Segundo Barroso, o Supremo agiu corretamente ao decidir a questão das uniões homoafetivas porque havia um vácuo legal sobre o tema. "O juiz precisa decidir. Os problemas surgem. Como o Congresso tem dificuldade de produzir norma nessa matéria, o Judiciário tem que produzi-la. Se alguém quiser chamar isso de ativismo, essas decisões são legitimas."

Arquibancada do Frei Epifânio é interditada para final do Maranhense


A FMF não vai vender mais 12 mil e sim oito mil ingressos para jogo marcado para as 20h de quinta. Interdição foi determinada pelo Corpo de Bombeiros


O primeiro jogo da final do Campeonato Maranhense entre Imperatriz e Maranhão vai ter uma diminuição de público. O Estádio Frei Epifânio d’Abadia não vai contar com a lotação máxima para a partida, devido interdição de parte do estádio determinada pelo Corpo de Bombeiros.
O estádio tem capacidade para 12 mil torcedores, mas vai poder receber apenas 8 mil para o jogo marcado para às 20h de quinta-feira. O Frei Epifânio é de responsabilidade da prefeitura.
Estádio Frei Epifânio d'Abadia, em Imperatriz, com um bom público (Foto: Igor Almeida/G1)Estádio Frei Epifânio d'Abadia não vai contar com capacidade máxima para o jogo (Foto: Igor Almeida/G1)
- A interedição é parcial, por isso, o jogo pode ser realizado, mas parte da arquibancada que fica atrás de um dos gols e que fica próximo a Rua Gonçalves Dias está interditada. A estrutura apresentou problemas e é muito difícil que o conserto seja feito antes da partida. Esperamos que no prazo de 30 dias tudo esteja resolvido – disse o comandante de operações táticas do Corpo de Bombeiros, Uibirajara Figueiredo.
Em números, a falta de manutenção no estádio vai causar a diminuição em quatro mil ingressos à disposição do torcedor, o que afeta diretamente a arrecadação do Imperatriz. Assim, não mais 12 mil ingressos serão vendidos, mas apenas oito mil.
Com este problema, a venda dos ingressos foi adiada. A Federação Maranhense de Futebol (FMF) pretendia comercializar os ingressos desde esta terça-feira, mas suspendeu. A venda deve começar nesta quarta. Os ingressos tem os preços de R$ 20 e R$ 30.
A solução do problema também é aguardado pelos dirigentes do Águia de Marabá. O time pode jogar no Frei Epifânio d’Abadia, inclusive contra o Sampaio, pela Série C do Campeonato Brasileiro, uma vez que o Zinho de Oliveira está em obras.

Alves diz que Câmara votará fim do voto secreto até dia 17 de julho


Presidente da Câmara disse que proposta ‘não constrange’ o Congresso.
Proposta mais possível de ser votada é o fim do voto secreto em cassação.


O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quarta-feira (5) que colocará em votação, até o recesso parlamentar (17 de julho), a proposta que prevê o fim do voto secreto em votações do Congresso. Existem várias propostas sobre essa matéria em tramitação na Câmara, entre elas uma que prevê o fim do voto secreto em todas as deliberações do Congresso.
“Vamos votar. Assumi o compromisso. A matéria não é proibitiva, não constrange a Casa.  A Casa tem que decidir sobre todas as matérias, inclusive esta [fim do voto secreto]. Antes do recesso, pauto essa matéria”, afirmou Henrique Alves.
O presidente da Câmara destacou que a proposta deve ser analisada de forma “racional” pelos parlamentares.  "Ponderei aos lideres que não pode ser questão emocional, discurso fácil. Até porque há 28 tipos de votos diferenciados nessa Casa.”
Deve receber aval dos deputados, por exemplo, a proposta de emenda à Constituição já aprovada no Senado que impede voto secreto no caso de cassação de deputados e senadores.
De acordo com Alves, na próxima terça-feira (11), o colégio de líderes deverá definir quais propostas estarão no texto que pretende votar em plenário. “Pedi que cada um analisasse o mérito a proposta, porque na próxima terça-feira, cada bancada, se decidindo, vamos pautar até o inicio do recesso.”
O líder do Psol, Ivan Valente (SP), afirmou que o partido defende o fim do voto secreto para todas as votações. “Nós adotamos a ideia de que a autonomia e a soberania do mandato mandam que hoje o voto seja aberto em todos os níveis, em nome da democracia e da transparência”, disse.

Reforma eleitoral
Henrique Eduardo Alves disse ainda que na próxima terça (11) colocará em pauta o projeto de lei que permite campanha eleitoral a qualquer tempo na internet. Pelo texto, não será considerada campanha antecipada "a manifestação político-eleitoral individual, vedado o anonimato, com ou sem pedido de voto, veiculada pela internet".
O projeto, que propõe outras alterações à lei eleitoral, foi aprovado nesta terça (4) pelo grupo de trabalho criado para analisar o tema. Atualmente não há lei que trate de atos de campanha na internet. O entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na legislação em vigor, é de que políticos não podem pedir votos ou anunciar candidaturas na web, nem mesmo em redes sociais.
A proposta aprovada pelo grupo de trabalho também prevê que políticos possam se candidatar mesmo se tiverem a prestação de contas de campanhas passadas rejeitadas. Pelo texto, bastará apresentar as contas.
Atualmente, o TSE interpreta que basta a apresentação das contas, mas há divergências entre os ministros da corte, e o entendimento pode mudar.
O texto aprovado também prevê novas eleições quando o candidato vencedor for cassado. Atualmente, a lei diz que, em caso de cassação, o segundo colocado deve assumir o cargo, a não ser que o cassado tenha obtido mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno. Nesse caso, são realizadas novas eleições.

Apesar de recuperação, Jackson é dúvida para final do Maranhense

Saldanha diz que o jogador avisará se tem condições de jogo e Dinho treina entre os titulares no coletivo de preparação para decisão Estadual


Jackson, meia do Maranhão (Foto: Bruno Alves) 
Jackson treinou normalmente, mas ainda é dúvida
para final com Imperatriz (Foto: Bruno Alves)
Apesar da recuperação e de já ter voltado aos treinos com o elenco  atleticano, o meia Jackson ainda é dúvida para a final do Campeonato Maranhense. No primeiro coletivo da equipe, o meia treinou entre os reservas e foi observado no time titular somente na etapa final.
Por ter participado de todo o treinamento, Saldanha aguarda apenas o posicionamento do jogador. Além de Jackson, o volante Francisco Junior, que ficou fora do jogo contra o Gurupi, também retorna ao time titular.
- O Francisco Junior com certeza, porque ele saiu inteiro. O Jackson teve um problema de lesão muscular, voltou aos treinos na segunda e fez o trabalho completo. Mas um jogador da qualidade do Jackson é ele que se escala. Ele é que diz: ‘professor estou pronto, vamos para guerra, estou 100%’. Pelo profissional que ele é. A questão não é técnica, é física, por causa da lesão. Se estiver 100% ele entra jogando, mas se não estiver, vai no banco. A gente tem jogadores que podem substituí-lo. Mas só o retorno dele para o campo, já muda pela experiência, pela moral que ele tem dentro do grupo e pelo profissional que ele é.
Caso não possa contar com Jackson,  o meia Dinho deverá ser o substituto. Outra mudança na equipe é a entrada de Elton, já que Hiltinho está suspenso, pois foi expulso na final contra o Sampaio. Com isso, o provável time do MAC contará com Flauberth; Daylson, Leomar, Marcelo e Otávio; Tica, Francisco Junior, Elton e Jackson (Dinho); Ideílson e Casagrande.
Com a segunda melhor campanha na classificação geral do Campeonato Maranhense, o Maranhão joga por dois empates para ficar com título do Estadual, já que o Imperatriz apresenta ocupa o quarto lugar. O primeiro jogo da final será na quinta-feira, às 20h no Frei Epifânio.

Descoberto segundo pé de maracujá em formato fálico no Maranhão


Maracujazeiro nasceu na casa do cantor Roberto Brandão, em São Luís.
Primeiro pé ficava em em S. José de Ribamar, e morreu no ano passado.


Parece que o falecido pé de maracujá de formato fálico deixou um herdeiro em São Luís. Na área da frente da residência do cantor Roberto Brandão, no Calhau, cresceu mais um maracujazeiro que dá frutos com a forma do órgão sexual masculino, despertando a curiosidade de quem passa pelo local.
Maracujá em formato fálico em árvore na residência do cantor Brandão (Foto: Roberto Brandão/Arquivo Pessoal)Maracujá cresce em árvore na residência do cantor Brandão (Foto: Roberto Brandão/Arquivo Pessoal)
De acordo com Brandão, o pé começou a frutificar há menos de um ano. Foi plantado com sementes compradas no interior do Estado e dadas de presente pelo cunhado. Nesta quarta (5), ao coletar os frutos das árvores que mantém em casa, o cantor percebeu o maracujá em formato fálico e postou uma foto na internet, provocando comentários de curiosos.
"Já é a terceira vez que o pé dá maracujá nesse formato. Foram poucos. Nasceu alguns no começo desse ano e agora de novo. Os outros, eu dei pra uns amigos que ficaram curiosos e pediram de presente", contou. "Quando meus amigos vêem, sempre rola uma brincadeira, é sempre curioso. As pessoas querem saber como é. É engraçado", acrescentou.
O cantor contou ainda que costuma usar o fruto sem problemas. "Eu e minha esposa gostamos de tirar a casca, a bucha e comer a polpa com leite condensado ou leite em pó. Não fizemos nada com os primeiros porque deixamos amadurecer muito, mas agora a gente já sabe o ponto de comer", explicou.
É a segunda árvore do tipo que se tem notícia no Maranhão. A morte do primeiro macajuzeiro foi anunciada há menos de um ano, em setembro do ano passado.
O pé ficava na casa de Maria Rodrigues de Aguiar Farias, de 56 anos, em São José de Ribamar, região metropolitana de São Luís. A dona de casa aproveitou o interesse pelo fruto para ganhar um dinheiro extra, cobrando R$ 2 para visitantes, R$ 15 para fazer fotografias e R$ 20 para filmagem.
Maria Rodrigues de Aguiar Farias mostra seu maracujazeiro (Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press. )Maria Rodrigues de Aguiar Farias mostra seu maracujazeiro (Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.)

Festividades juninas em São Luís começaram no bairro da Vila Palmeira

Programação foi aberta neste fim de semana no bairro.
Outros 10 arraiais serão montados na cidade, dos dias 20 ao dia 29.


Índias do bumba-meu-boi são atrações à parte no São João do Maranhão (Foto: Divulgação/Secom) 
Índias do bumba-meu-boi são atrações à parte no
São João do Maranhão (Foto: Divulgação/Secom)
Começaram neste sábado (1º) as festas juninas em São Luís, com o Arraial da Vila Palmeira, que acontecerá até o dia 30 deste mês, no Parque Folclórico do bairro. De acordo com a Agenda Cultural divulgada pela Secretaria de Cultura do Estado, serão montados outros 10 arraiais em São Luís: Lagoa da Jansen, Centro Histórico, Ceprama, Anjo da Guarda, Bairro de Fátima, Estiva, do João Paulo, da Liberdade, da Madre Deus e da Vila Embratel. Todos estes funcionarão de 20 a 29 de junho.
No Centro da cidade, também tem início hoje o Festejo de Santo Antônio, que será realizado no largo da igreja que leva o nome do santo, na Rua 13 de Maio. Com o tema ‘Santo Antônio Pastor da Juventude’, a comemoração católica homenageia o primeiro santo do triunvirato junino, completado por São João e São Pedro.
Companhia Barrica em cortejo pelo Centro Histórico de São Luís (Foto: Divulgação/Secom) 
Companhia Barrica em cortejo pelo Centro Histórico
de São Luís (Foto: Divulgação/Secom)
Na programação da capital há ainda dois cortejos, nos dias 21 e 28, ambos com o roteiro Praça Deodoro – Rua Grande – Praia Grande. Seguindo a tradição, os Festejos de São Pedro ocorrem nos dias 28 e 29, com procissão marítima, missa na Capela de São Pedro, procissão terrestre e missa campal. Nos dias 29 e 30, a partir da 0h, os bois da Ilha encerrarão oficialmente suas apresentações e se dirigirão para o bairro João Paulo, para o encontro que durará todo o dia 30, em alusão ao Dia de São Marçal.
No interior
Além de São Luís, a programação junina promovido Governo do Estado se estenderá a outros 19 municípios maranhenses (Bacuri, Timon, Pinheiro, Brejo, Santa Inês, Ribamar Fiquene, Barra do Corda, São José de Ribamar, Cururupu, São Bento, Presidente Juscelino, Viana, Axixá, Humberto de Campos, Bacabeira, Itapecuru-Mirim, Cachoeira Grande, Nina Rodrigues e Fortaleza dos Nogueiras). O início das festividades está previsto para o dia 13, em Bacuri, e encerramento previsto para dia 30. Os demais ainda não têm data definida para abertura.
Outra atração de grande apelo popular será o I Encontro de Grupos de Tambor de Crioula, que acontecerá no dia 18, na Praça Valdelino Célio, Praia Grande, em comemoração ao Dia Nacional do Tambor de Crioula e como parte do projeto de Salvaguarda da manifestação cultural. Ainda estão previstos recitais de música, organizados pela Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo (Emem).
PROGRAMAÇÃO

São João no Maranhão

Hoje - abertura do Arraial da Vila Palmeira, que vai até dia 30;

Dia 18 - I Encontro de Grupos de Tambor de Crioula, na Praça Valdelino Célio, Praia Grande, em comemoração ao Dia Nacional do Tambor de Crioula;

De 20 a 29 – Funcionamento dos arraiais Lagoa da Jansen, Centro Histórico, Ceprama, Anjo da Guarda, Bairro de Fátima, Estiva, do João Paulo, da Liberdade, da Madre Deus e da Vila Embratel;

Dias 21 e 28 – Cortejos juninos com o roteiro Praça Deodoro – Rua Grande – Praia Grande;

Dias 28 e 29 - Festejos de São Pedro, com procissão marítima, missa na Capela de São Pedro, procissão terrestre e missa campal;

Dia 30 – Festejo de São Marçal

Haverá arraiais em 19 municípios maranhenses (Bacuri, Timon, Pinheiro, Brejo, Santa Inês, Ribamar Fiquene, Barra do Corda, São José de Ribamar, Cururupu, São Bento, Presidente Juscelino, Viana, Axixá, Humberto de Campos, Bacabeira, Itapecuru-Mirim, Cachoeira Grande, Nina Rodrigues e Fortaleza dos Nogueiras), com início previsto para o dia 13, em Bacuri, e encerramento previsto para dia 30. Os demais ainda não têm data de início definida.

Diretor responsável por campanha 'Sou feliz sendo prostituta' é demitido

Segundo ministério, Dirceu Greco veiculou campanha sem aprovação.
Campanha para acabar com associação da prostituição ao HIV foi retirada.

Mensagem da campanha do Dia Internacional das Prostitutas que não foi aprovada pelo ministério (Foto: Reprodução) 
Mensagem da campanha do Dia Internacional
das Prostitutas que não foi aprovada pelo
ministério (Foto: Reprodução)
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, demitiu Dirceu Greco, o diretor do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e Hepatites Virais do ministério, após divulgação de campanha com a mensagem “Sou feliz sendo prostituta”. A exoneração de Greco foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira (5).
Segundo o ministério da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, a demissão ocorreu porque o departamento veiculou a campanha sem a autorização dos responsáveis pela Comunicação Social.
O departamento lançou nas redes sociais no último final de semana uma campanha o objetivo de reduzir o estigma da prostituição associada à infecção pelo HIV e Aids. O tema da mobilização feita pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério era  “Sem vergonha de usar camisinha” e celebrava o Dia Internacional das Prostitutas, comemorado no último 2 de junho.  Depois de determinar a retirada da mensagem "Sou feliz sendo prostituta", o ministério retirou toda a campanha do site.
"As peças expostas no site do Departamento de DST/Aids não passaram por análise e aprovação da Assessoria de Comunicação Social, como ocorre com todas as campanhas do Ministério da Saúde, de todos os departamentos. Logo, o descumprimento das normas previamente estabelecidas pelo Ministério da Saúde justificou a retirada das peças do site do departamento e de seus perfis nas redes sociais e a apuração das responsabilidades. As peças dirigidas a este público, que é prioritário para as ações de DST/Aids, serão disponibilizadas após análise da Assessoria de Comunicação Social", diz nota do ministério.
A campanha era composta por panfletos e cinco vídeos protagonizados por prostitutas. Além da mensagem "Sou feliz sendo prostituta", os panfletos traziam frases como “não aceitar as pessoas da forma como elas são é uma violência”;  "um beijo para você que usa camisinha e se protege das DSTs, Aids e hepatites virais" e “o sonho maior é que a sociedade nos veja como cidadãs”.  Um dos vídeos também mostrava uma prostituta que sonhou ter sido respeitada: “sonhei que sou respeitada, que sou uma flor, uma rosa sem espinhos”, diz a protagonista.
O material, feito em uma oficina de comunicação em saúde para profissionais do sexo em João Pessoa (PB), deveria circular na internet até dia 2 de julho.
Após evento nesta terça-feira (4), Padilha afirmou que as mensagens devem ser restritas à prevenção contra doenças.
"Enquanto eu for ministro, não acho que essa tem que ser uma mensagem passada pelo ministério. Nós teremos mensagens restritas à orientação sobre a prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Respeito as entidades e os movimentos que queiram passar essa mensagem, mas é papel deles. O papel do Ministério da Saúde é estimular a prevenção às DST's".
Mais tarde, em seu microblogTwitter, Padilha justificou a retirada da campanha.
"Não autorizei que a mensagem 'sou prostituta sou feliz' seja do Ministério da Saúde. Movimentos ou indivíduos podem fazê-lo,nos seus blogs,sites,perfis e respeito-os. A decisão de  retirar material não autorizado foi anterior a qualquer manifestação contra ou favor. Pelo simples fato: nçao eram autorizadas", disse Padilha no microblog.
A presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), Cida Vieira, criticou a decisão do ministro.  “Quem faz o que gosta, como gosta, é feliz na profissão. Eu sou feliz na minha profissão”, disse.

Médica conta saga rumo ao Everest: gelo, dias sem banho e Harlem Shake


Karina Oliani, apresentadora de programa esportivo, enfrentou 55 dias de dificuldade até se tornar brasileira mais jovem a chegar ao topo da montanha


Eram 7h38m no Nepal quando Karina Oliani se viu quase completa. No início daquele 17 de maio, mais de 50 dias depois de pousar em Katmandu, ela sorriu, mas ficou alguns instantes sem saber o que fazer. Ali, a 8.848m do chão, no ponto mais alto do mundo, a médica e apresentadora se tornava a mais jovem brasileira a escalar o Monte Everest, aos 31 anos. Se o percurso foi longo, o tempo para aproveitar a conquista era curto. Pemba, guia local que a ajudou no caminho até o topo, não estava bem e precisava voltar. Lá, Karina só pôde ficar por 15 minutos. Tentou fixar bem a vista, agradeceu à família e se lembrou de uma promessa feita a uma amiga ainda no Brasil. Com a câmera ligada, improvisou alguns movimentos e, assim, parece ter quebrado mais um recorde: o de dançar Harlem Shake no local mais alto do mundo.
- Ela havia pedido e eu cumpri. Foi o Harlem Shake mais alto da história – brincou Karina, que, ao lado da irmã, Nathali, apresenta o programa “Do jeito delas”, do canal OFF.
Mosaico Karina Oliani Everest (Foto: Editoria de Arte)


De volta ao Brasil após a expedição, Karina tenta se recuperar. Depois de ficar até dez dias sem conseguir tomar banho, chegou ao país ansiosa por uma banheira e água quente. A fome também era grande. Na viagem, perdeu 5kg, mas não demorou a voltar ao peso normal.
- Cheguei e fui direto numa churrascaria (risos). Lá, você come tão repetidamente as coisas, que, quando volta, só come proteína. Em comi nuggets no café da manhã, carne que havia sobrado do jantar, carneiro... tudo – contou.
Karina Oliani Everest (Foto: Divulgação) 
Karina Oliani teve um longo percurso até o topo
do Monte Everest (Foto: Divulgação)
Mas, até voltar, Karina sofreu. A médica, especializada em medicina de emergência e resgate em áreas remotas, já havia viajado para o Everest outras duas vezes, em 2009 e 2010, para ajudar no atendimento aos alpinistas. Fascinada por esportes e acostumada a escalar, ela passou a planejar a própria subida ao topo da montanha. Conseguiu apoio, planejou a viagem e embarcou para o Nepal no fim de março. Passou por um longo processo de adaptação, entre subidas e descidas até os quatro acampamentos do Everest. No total, a viagem durou 55 dias, com temperaturas de até -40ºC, ventos de 140km/h e um aniversário comemorado a 7.500m de altura.
- A parte mais difícil foi ir para lá. No Everest, você vê gente do mundo inteiro. Quando eu estava, eram 350 escaladores. Eu era a única mulher, a primeira brasileira a chegar.  A maior parte do tempo, as pessoas acham que chegam na base e já podem ir para o cume. Mas é impossível. Se não fizer o processo de aclimatação, o cérebro incha, o pulmão encharca, e as pessoas morrem. Só nessa temporada, nove morreram. Escalei várias vezes até chegar ao cume, passei vários dias nos acampamentos. E comemorei meu aniversário a 7.500m de altura (risos). Tentei ligar para a minha irmã, que faz aniversário junto comigo, mas só conseguimos nos falar por vinte segundos.
O mais complicado, porém, ainda estava por vir. Ao alcançar o acampamento 4, início da chamada “Zona da Morte”, a 8.000m, Karina esteve perto de ver sua expedição chegar ao fim. A brasileira, que viajava com um cinegrafista e seu acompanhante, além do próprio guia, se viu sem oxigênio suficiente para toda a equipe.
Karina Oliani Everest (Foto: Divulgação)Médica e apresentadora, Karina lidou com temperaturas de até -40°C (Foto: Divulgação)
- Qualquer ser humano que ficar muito tempo a 8.000m vai morrer. Alguns vão morrer em poucas horas, outros em muitas, mas todos vão morrer. O corpo não foi feito para suportar aquela altitude. Então, não podíamos ficar muito tempo lá. A ideia era chegar por volta das 16h, 18h, descansar até as 22h e sair para o ataque ao cume. Mas não conseguimos. Os ventos estavam muito fortes, não dava. E tínhamos o oxigênio limitado. Insisti, tentei conseguir oxigênio com outras equipes, mas era mais fácil conseguir uma barra de ouro. Não conseguimos, foi aquela decepção. Comecei a chorar de raiva, falei que não ia descer. Scott (cinegrafista) já tinha feito a escalada antes, e a doida, querendo subir, ia ter de descer. Mas eles tiveram uma atitude muito legal. Eles desceram, me deram as garrafas extras de oxigênio e eu continuei com Pemba.
No caminho final até o cume, novos sustos. Karina e seu guia encontraram um outro alpinista, que não conseguia enxergar por causa dos ventos. Ao perceberem que o estrangeiro, que sequer falava inglês, não teria condições de descer a montanha, desistiram de ir até o topo. Já preparavam o socorro quando a equipe do alpinista apareceu e prestou a ajuda. Logo depois, porém, foi a vez de Karina ter problema com a visão. E a solução não foi das mais convencionais.
Karina Oliani Nathali Oliani irmãs (Foto: Divulgação) 
Ao lado da irmã, Karina (de biquíni rosa) apresenta
programa de esportes radicais (Foto: Divulgação)
- Os ventos são muito fortes, os olhos congelam. Cerca de 70% das pessoas que escalam o Everest têm algum grau de hemorragia no olho. Minha máscara já havia quebrado três vezes, congelada. Pemba precisou raspar para tirar o gelo. Mas, ali, meu olho esquerdo congelou. Todos os meus cílios ficaram colados. Fiquei nervosa, já comecei a imaginar o pior. Pemba tentou esfregar a luva, mas não adiantou, doeu ainda mais. Ele, sem escovar os dentes há não sei quantos dias, começou a lamber meus olhos (risos). Ficou assim por uns três minutos, até os cílios descongelarem (risos). Ainda continuei vendo embaçado, mas continuei. Ali, foi quando senti mais medo.
Karina ainda não sabe se vai voltar ao Everest. Ainda assim, não perde o contato com o Nepal. Ao saber das condições de uma vila próxima à casa de seu guia, se impressionou. Com a ajuda de Pemba, dos pais e da irmã, vai financiar a construção de uma rede de distribuição de água para 15 famílias que precisavam andar 2km diariamente para poder tomar banho e ter como cozinhar. As aventuras da brasileira, no entanto, ainda não acabaram. Karina espera completar em breve o circuito de “Seven Summits”, formado pelas montanhas mais altas de cada continente. Depois de ter chegado ao topo do Aconcágua (Argentina), Kilimanjaro (Tanzânia) e Elbrus (Rússia), além do Everest, ela deseja ver o mundo também dos cumes de Vinson Massif (Antártida), do Denali (Alasca) e Carstensz Pyramid (Papua Nova Guiné).
- Acho que só dois brasileiros completaram. Nenhuma mulher. Então, você já vê a dificuldade. Eu já escalei quatro, faltam três. Estou trabalhando muito, falta tempo. Eu quero terminar o Seven Summits por mim, não por nenhum recorde. Se for a primeira brasileira, ótimo. Mas acho que dá para terminar em um ano, dois de repente.

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