terça-feira, 1 de outubro de 2013

Gol de pênalti de Balotelli no fim salva, e Milan empata com o Ajax na Holanda


Atacante italiano marca aos 48 da segunda etapa, minutos após Denswil 
deixar os anfitriões em vantagem. Titular, Robinho tem atuação apagada
Em um duelo que reservou todas as emoções para os minutos finais, Ajax e Milan empataram em 1 a 1, nesta terça-feira, na Amsterdã Arena, pela segunda rodada do Grupo H da Liga dos Campeões. Após um primeiro tempo apagado, Mario Balotelli chamou a responsabilidade e garantiu o ponto fora de casa com um gol de pênalti aos 48 da segunda etapa - Stefano Denswil deixara os anfitriões em vantagem quatro minutos antes. Com um time recheado de desfalques, Robinho foi titular, mas teve atuação apagada.

Pode-se dizer que o resultado foi bom para o Milan. Apesar de o Barcelona vencer o Celtic por 1 a 0 e, assim, abrir vantagem na liderança, o time italiano pontuou fora de casa justamente contra um rival direto na briga pela vaga para as oitavas de final, chegou aos quatro pontos e seguiu na segunda posição. O Ajax, com três a menos, é o terceiro.
Balotelli comemora gol do milan contra o Ajax (Foto: Agência Reuters)Balotelli manda a torcida do Ajax se calar após marcar o gol de empate para o Milan (Foto: Agência Reuters)
Para o duelo desta terça-feira, o técnico do Milan, Massimiliano Allegri, teve vários problemas para montar o time. A começar por Kaká, que ainda não se recuperou da lesão na coxa esquerda sofrida há pouco mais de duas semanas, e El Shaarawy. Além deles, Bonera, Saponara, Silvestre, Pazzini e De Sciglio também foram desfalques.
Agora, o Milan volta a campo no próximo domingo para o clássico contra o Juventus, vice-líder do Campeonato Italiano. Pela Liga dos Campeões, o próximo compromisso rossonero será apenas dia 22 de outubro para encarar outro rival poderoso: o Barcelona, no San Siro. No mesmo dia, o Ajax visita o Celtic na Escócia.
Domínio do Ajax e poucas chances de gol
O Ajax foi superior durante os 45 minutos iniciais, enquanto o Milan pouco ameaçou. Com maior posse - a equipe de Frank de Boer chegou a ter 80% do domínio de bola -, os holandeses pouco davam espaço aos rivais, mas tinham um grande problema. O setor de criação era pouco eficiente e, com isso, o time da casa não ofereceu muito perigo à meta de Abbiati.
Ainda assim, o Ajax teve cinco finalizações contra nenhuma do Milan na primeira etapa. Além de alguns chutes que obrigaram Abbiati a trabalhar, o time da casa esteve perto de abrir o placar aos 16 minutos de jogo. Fischer recebeu de Blind e mandou uma bomba com o pé direito de fora da área. A bola passou à esquerda da meta rossonera, com muito perigo. Do outro lado, Robinho e Balotelli pouco eram acionados, e o Milan não ameaçou até a saída para o intervalo.
Robinho jogo Milan e Ajax (Foto: Reuters)Robinho é titular na equipe do Milan, mas pouco assusta a defesa do Ajax (Foto: Reuters)
Milan reage na etapa final
O Milan voltou melhor do vestiário, com mais posse de bola, e também passou a incomodar Cillessen. O goleiro do Ajax teve que trabalhar logo no início, aos quatro, em finalização de primeira de Montolivo. Ajudou também a maior participação de Balotelli, responsável pelas melhores chances de sua equipe na partida. Inclusive, aos 16, Robinho deu grande passe para o italiano, que só parou no travessão, após o arqueiro rival dar um leve toque na bola.
Mas as emoções de fato foram reservadas para os minutos finais. Com ambas as equipes em busca do gol, o Ajax balançou as redes aos 43, mas a arbitragem viu mão de Schöne e anulou a jogada. Um minuto depois, o camisa 20 voltou a aparecer ao finalizar para boa defesa de Abiatti, que rebateu para a linha de fundo. O gol holandês veio na jogada seguinte: Denswil aproveitou a cobrança de escanteio para mandar de cabeça, deixando o time da casa em vantagem.
O gol levou todo o time do Milan para o ataque, e Balotelli foi fundamental para garantir o suado ponto fora de casa. Primeiro porque foi agarrado por Van der Hoorn dentro da área. Pênalti que ele mesmo foi cobrar aos 48 da etapa final. Debaixo de vaias e com muita personalidade, ele acertou o canto direito da meta do Ajax e deixou tudo igual. Na sequência, ainda mandou a torcida adversária, que o vaiava, se calar. Fim de papo: 1 a 1 na Amsterdã Arena.

Vaiado por rivais, Neymar comanda vitória do Barcelona sobre o Celtic


Pivô de expulsão de capitão adversário, brasileiro supre ausência de Messi e tem boa atuação em triunfo que deixa catalães na liderança do Grupo H

A cada toque de bola no segundo tempo, Neymar foi vaiado. Mas engana-se quem pensa que o brasileiro foi mal na vitória do Barcelona sobre o Celtic por 1 a 0, nesta terça-feira, pela Liga dos Campeões. Pelo contrário. O atacante foi o grande destaque dos catalães no triunfo fora de casa, com muita movimentação e boas jogadas individuais, causando até a expulsão do capitão do time escocês, razão da bronca da torcida adversária. Faltou apenas o gol para o camisa 11, mas Fàbregas tratou de fazer justiça ao domínio do Barça durante a partida, garantir os três pontos que deixam a equipe na liderança do Grupo H e mostrar que, mesmo sem Messi, fora do jogo por causa de uma lesão na perna esquerda, o técnico Tata Martino ainda tem opções de sobra.
Agora, o Barcelona tem seis pontos, contra quatro do Milan, que empatou em 1 a 1 com o Ajax, fora de casa. O Celtic, por sua vez, está na lanterna da chave, sem ter pontuado até o momento. Na próxima rodada, marcada para o dia 22 de outubro, os catalães encaram os rossoneri, enquanto os holandeses enfrentam os escoceses.
Neymar Celtic e Barcelona (Foto: Getty Images)Neymar avança com a bola dominada: atacante deu trabalho à defesa do Celtic (Foto: Getty Images)
Domínio do Barça
Em meio à polêmica sobre a mudança de estilo de jogo, o Barcelona teve no Celtic o adversário ideal para voltar aos tempos de domínio da posse de bola. Os escoceses, mesmo jogando em casa, não tiveram pudor em se entrincheirar na defesa e apostar nos contra-ataques. O problema dos anfitriões foi que os catalães dificilmente deram brecha.
Porém, se não deixava o Celtic jogar, o Barcelona também pouco criava. Substituto direto de Messi, Fàbregas estava apagado, assim como Pedro. Iniesta chamou a responsabilidade para criar jogadas, mas errou sempre que precisou dar um passe mais vertical. Assim, sobrouNeymar.
Com movimentação intensa, o camisa 11 foi o principal jogador do Barça na primeira etapa. Partindo da esquerda, levou a melhor nas jogadas individuais, caiu pela direita e até apareceu no comando do ataque. Assim, ele quase abriu o placar aos 40 minutos, quando aproveitou cruzamento de Daniel Alves, se antecipou a Ambrose e completou para fora, na melhor oportunidade catalã.
Iniesta e Scott Brown Celtic e Barcelona (Foto: Getty Images)
Brown marca Iniesta: capitão foi expulso após
agressão em Neymar (Foto: Getty Images)
Neymar 'expulsa' capitão, e Fàbregas decide
No segundo tempo, o panorama não mudou. O Barcelona seguia tocando a bola, sem muita criatividade, e o Celtic pouco ameaçava. Neymar continuava se movimentando bastante, sendo a fonte das principais tentativas dos catalães.
De tanto incomodar, o brasileiro foi protagonista de um lance que ajudou a definir a partida. Aos 12 minutos, o atacante puxou contra-ataque pela esquerda e acabou derrubado pelo volante Brown, que aproveitou que o camisa 11 estava caído para dar um chute no adversário. O árbitro viu e expulsou o jogador do Celtic.
A partir daí, o time escocês renunciou definitivamente ao ataque e se concentrou na defesa. O Barcelona, entretanto, não conseguiu forçar as jogadas e ficou rodando a bola, sem ideias para furar a retranca rival.
Curiosamente, o alívio do Barça veio num contra-ataque, após cobrança de escanteio do Celtic. E começou com Neymar. Muito vaiado pela torcida por ter provocado a expulsão de Brown, o atacante recebeu no meio e deu ótimo passe para Alexis, que avançou pela direita e cruzou para Fàbregas cabecear e fazer o gol da vitória: 1 a 0.
Sem poder ficar na defesa, o Celtic se lançou ao ataque, mas sem muita organização, abusando dos chutões e dos cruzamentos. Como consequência, deu espaço na defesa, e quase levou mais gols. Melhor em campo, Neymar teve duas chances para marcar pela primeira vez na Champions, mas foi parado por Forster.
Fabregas comemora gol do Barcelona contra o Celtic (Foto: Getty Images)Fàbregas comemora o gol que garantiu a vitória do Barcelona (Foto: Getty Images)

MP recebe inquérito que indicia major e mais 9 PMs do caso Amarildo


Todos foram indiciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
Promotor diz que deve oferecer denúncia à Justiça nos próximos dias.

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arte cronologia Amarido (Foto: Editoria de Arte/G1)arte cronologia Amarido (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu na noite desta terça-feira (1º) o inqúerito da Divisão de Homicídios, que indicia 10 policiais militares da UPP Rocinha, incluindo o major Edson Santos, pelo desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Santos era o comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade, quando ocorreu o sumiço em 14 de julho. A informação foi dada com exclusividade pelo Jornal Nacional.
Todos foram indiciados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
O promotor Homero Freitas, que está a frente do caso, informou que deve oferecer a denúncia à Justiça nos próximos dias.
Os policiais negam envolvimento no sumiço e dizem que liberaram Amarildo, no dia14 de julho, depois de constatar que não havia qualquer mandado de prisão contra ele.
Entenda o caso
Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.

Na sexta-feira (27), uma ossada achada em Resende, no Sul Fluminense, passou por uma necrópsia, motivada pelas suspeitas de que poderia ser de Amarildo. O relatório, porém, foi considerado inconclusivo, e aossada será novamente analisada no Riode Janeiro. O resultado deve sair entre 10 e 15 dias.

Testemunhas deixam o Rio
Duas testemunhas-chave do caso do desaparecimento do ajudante de pedreiro deixaram o Rio de Janeiro na noite do dia 20. A mãe e o filho adolescente que contaram em depoimento à Divisão de Homicídios que foram coagidos por policiais para dar falsas declarações sobre o caso pediram ingresso no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. O programa confirmou o pedido feito pelas testemunhas.

Os dois deixaram o Rio de avião, acompanhados por agentes da Polícia Federal. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, devido à complexidade do caso, ficou acertado que seria mais adequado tirar as testemunhas da cidade.
O ingresso no programa ainda vai ser avaliado por técnicos da secretaria. Eles vão fazer a análise dos riscos que as testemunhas estão correndo e decidir se eles têm direito ou não à acolhida. O resultado dessas análises deve ficar pronto num prazo de uma semana a dez dias.
A Divisão de Homicídios, que investiga o caso, prefere não se pronunciar sobre a saída do Rio das testemunhas-chave do caso, e se concentrar nas investigações.
Reconstituição
O delegado Rivaldo Barbosa, acompanhado por peritos, fez a reconstituição do caso em duas etapas.

A primeira etapa, no início de setembro, reproduziu as ações desde a primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro. A reconstituição durou mais de 16 horas, entre a noite de domingo (1º) e a manhã de segunda-feira (2), e foi considerada uma das maiores reconstituições já feitas pela Polícia Civil, segundo informou a assessoria da corporação.
A segunda, no dia 8 de setembro, refez o trajeto do carro da PM que levou Amarildo, com base no GPS do veículo. O aparelho mostrou que depois de deixar a Rocinha, o carro fez um percurso de quase 2h30 pela cidade. No caminho, o veículo parou três vezes antes de voltar à comunidade.

Médicos estrangeiros são recebidos com entusiasmo em cidades do país


Repórteres mostram as polêmicas da atuação destes profissionais no país. Médico brasileiro mostra o eficiente sistema de saúde da Inglaterra.

A equipe do Profissão Repórter acompanhou a chegada dos médicos estrangeiros ao Brasil para o programa do governo federal, Mais Médicos. Repórteres mostram os primeiros passos, os desafios e as polêmicas que cercam a chegada deles às regiões mais carentes do país.Assista ao programa nos vídeos ao lado.
A chegada dos médicos cubanos é o aspecto mais polêmico do programa Mais Médicos. Para o governo federal, eles são necessários para suprir as vagas que nem brasileiros, nem outros estrangeiros quiseram. Os cubanos só receberão do governo de Cuba uma parte da bolsa de R$ 10 mil a que outros estrangeiros têm direito.
Abraham Garcia, um médico espanhol que trabalhava em Valência veio ao Brasil para trabalhar em Manaus. Na Espanha ele ganhava R$ 4 mil reais, e pelas mesmas 40 horas semanais ele vai receber R$ 10 mil reais.
Em Santa Vitória do Palmar, cidade do Rio Grande do Sul,  a 22 quilômetros da fronteira com o Uruguai, não há atendimento médico durante a tarde na Unidade Básica de Saúde. É nessa pequena comunidade que a médica africana, Eurizandra Lopes foi recebida com festa.
No entanto, a comunidade médica vê com ressalva a atuação dos estrangeiros no país. "A carência que existe como nós entendemos não é exclusivamente de médicos. Médicos sim, mas existem os demais profissionais de saúde. E tem também as condições de trabalho e de fixação nesses lugares, por contratos que são completamente inseguros e que não justificam que ninguém vá se aventurar. Existe uma carência geral. O governo federal é responsável por isso, porque nunca investiu na saúde o que deveria investir", declara Rogério de Aguiar, presidente CRM - RS.
O gaúcho Ricardo Petraco fez o caminho inverso dos médicos que participam do programa do governo. Ele conseguiu trabalhar na Inglaterra, país que possui um dos melhores sistemas de saúde do mundo "O médico no país não tem uma carreira independente, a não ser que seja um consultor e depois que atinge os 40 anos", explica.

Troféu Promessas de música gospel encerra primeira fase de votação


2ª etapa começa na sexta-feira (4); 1ª fase teve quase 2 milhões de votos.
Vencedores serão conhecidos em festa no dia 13 de novembro, em Niterói.

O cantor Thalles Roberto recebe um dos três prêmios que ganhou na segunda edição do Troféu Promessas, em 2012  (Foto: Caio Kenji\G1)
O cantor Thalles Roberto recebe um dos três
prêmios que ganhou na segunda edição do Troféu
Promessas, em 2012 (Foto: Caio Kenji\G1)
Com quase 2 milhões de votos, terminou na segunda-feira (30) a primeira etapa de votação popular do 3º Troféu Promessas, maior premiação de música evangélica brasileira. Os cinco mais votados de cada categoria irão agora para a segunda etapa de votação, que começa na próxima sexta-feira (4) e se encerra no dia 9 de novembro. Assim como já aconteceu na primeira, a segunda fase da votação será realizada através do G1.
A festa de premiação acontece dia 13 de novembro, no Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói, no Rio, como parte da programação dos 440 anos da cidade.
Neste ano, as categorias são melhor CD, melhor cantor, melhor cantora, melhor música, melhor ministério de louvor, melhor grupo, revelação, melhor DVD e melhor videoclipe.
Edição anterior
No segundo ano do Troféu Promessas, em 2012, o cantor mineiro Thalles Roberto foi o maior vencedor, e faturou prêmios em três categorias: Cantor, CD e DVD. Na primeira edição, em 2011, o Diante do Trono foi o único a ganhar dois prêmios, de DVD e Melhor Ministério.

Deputado fala sobre relação com suspeita de aliciar prefeitos: 'amizade'

Samuel Belchior nega que tenha atuado como lobista de quadrilha, em GO.

Ele foi flagrado em escutas telefônicas com mulher investigada pela PF.

Após uma semana em silêncio, o deputado estadual Samuel Belchior (PMDB) negou participação no esquema de fraude em entidades previdenciárias desarticulado pela Operação Miqueias, da Polícia Federal. Nesta terça-feira (1º), ele fez um pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás, em Goiânia, e concedeu entrevista ao G1. Flagrado em escutas telefônicas com a administradora de empresas Luciane Hopers, suspeita de aliciar prefeitos para investir em fundo de pensão do grupo, ele diz: "Tinha uma relação de amizade".

Em diálogos gravados com autorização da Justiça, o político goiano chama Luciane de "chefa" e diz estar “trabalhando duro” para ela. O peemedebista, no entanto, diz que nunca apresentou a mulher para prefeitos ou agentes previdenciários e afirmou:"Não sou lobista". Sobre o escândalo, ele diz ter se envolvido em "uma conjuntura de azar".
Confira abaixo os principais trechos da entrevista.
G1 - O sr. foi interceptado pela Polícia Federal em escutas telefônicas com Luciane Hopers. Qual a sua relação com ela?
Samuel Belchior - Amizade. No início nada. Depois com o tempo, ela me ligou, eu retornei e a gente acabou adquirindo uma relação de amizade.
G1 - Como o sr. a conheceu?
Samuel Belchior - Em Campo Grande (MS). Eu estive lá tentando fazer uma parceria em loteamento, em março deste ano. No dia em que eu estava lá, o proprietário da imobiliária, que é meu parceiro lá, convidou alguns amigos, também de Campo Grande, que estavam com duas pessoas de Brasília. Uma delas era a Luciane. Aí eles foram almoçar comigo. Foi coincidência.
G1 - Como ela se apresentou?
Samuel Belchior - Ela falou que prestava serviços para uma empresa de consultoria previdenciária. Mas nós não falamos praticamente nada sobre isso. Era um almoço com muita gente e a conversa era diversificada, de futebol, de cidade, e não foi tratado nada sobre negócios.
Luciane Hopers (Foto: Reprodução/Fantástico)Luciane Hopers, durante entrevista ao Fantástico
(Foto: Reprodução/Fantástico)
G1 - Nas escutas, o sr. fala que vai apresentá-las a algumas pessoas influentes em Goiás, no Mato Grosso e no Acre. Por que esse interesse em ajudá-la?
Samuel Belchior -
 No início ela queria que eu a apresentasse e eu me voluntariei a ajudá-la, assim como já fiz para várias pessoas. Mas eu não a apresentei para ninguém. Eu ia sendo educado, falando que ia marcar, mas não era uma coisa que, de fato, que eu não queria fazer. Se eu quisesse realmente a apresentar para algum prefeito, eu poderia ter feito isso, porque sou presidente estadual do meu partido, eu conheço muito gente. Com o tempo isso foi passando, eu não apresentei e ficou só essa amizade mesmo.

G1 - Esses pedidos de apresentação vinham com algum tipo de contrapartida?
Samuel Belchior -
 Não, não. De maneira nenhuma. Ela nunca me propôs nada. Eu nunca soube em detalhes o que de fato ela fazia, assim como ainda não sei. Porque muitas coisas saem nos meios de comunicação e eu ainda não consegui entender esse negócio de fundo podre, fundo falso.
G1 - Em entrevista ao G1 na semana passada, o deputado estadual Daniel Vilela (PMDB), disse que foi apresentado a Luciane pelo senhor. Procede?
Samuel Belchior -
 Pessoalmente pode ter sido naquele almoço [os deputados foram fotografados pela PF em almoço com Luciane em Brasília], mas ele já a conhecia de nome. Tanto é que ela comenta, em um dos grampos, que almoçaria com o deputado tal [Daniel Vilela], que é filho do prefeito de Aparecida de Goiânia, e com outro deputado [Belchior] que é muito influente em Goiás. Naquele momento ela não me conhecia direito.
Deputados goianos durante almoço com Luciane Hopers (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Deputados goianos durante almoço com Luciane
Hopers (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
G1 - Em uma das escutas o sr. a coloca em contato com um sobrinho do prefeito de Catalão, certo?
Samuel Belchior -
 Ela havia conhecido o sobrinho do prefeito de Catalão no almoço em Brasília, nesse que vocês têm a foto. Ele estava lá por coincidência, sentado a duas mesas ao lado. Aí ele veio, sentou um pouco conosco e lá eles se conheceram. Então ela estava tentando falar com ele e me disse: 'Oh, se um dia você o ver, me liga, porque eu estou tentando falar com ele'. Eles conversaram rapidamente, mas ela nunca esteve em Catalão. Nem por intermédio dele, nem por intermédio meu.
G1 - O sr. disse hoje na Assembleia que chama muita gente de chefe ao telefone, e por isso a chamou de "chefa". Mas por que fala que nas ligações interceptadas "que está trabalhando duro para ela"?
Samuel Belchior -
 Foi uma brincadeira que, se fosse hoje eu pudesse voltar atrás, não faria jamais. A gente no telefone, ainda mais eu que sou político, tem o hábito de chamar todo mundo de chefe, liderança. Um dia falei isso, justamente porque ela estava tentando falar com o sobrinho do prefeito de Catalão, que estava naquele dia ao meu lado. E eu liguei e fiz essa brincadeira, que estava trabalhando dura para ela.
G1 - Também de acordo com escutas, o sr. a convida para viajar para o Mato Grosso e para o Acre. Vocês fizeram alguma viagem juntos?
Samuel Belchior -
 Não. Eu tenho desenvolvido projetos de loteamentos tanto em Várzea Grande (MT) quanto em Rio Branco (AC) e nessa altura a gente já tinha pego alguma amizade. Mas ela nunca me acompanhou em nenhuma viagem. Está nos autos, está nítido isso. Eu nunca a apresentei a nenhum prefeito em Goiás, nem em Cuiabá, Várzea Grande ou Rio Branco. Nem a nenhum gestor previdenciário e nenhum lugar desses.
Deputado estadual Daniel Vilela (PMDB-GO) (Foto: Gabriela Lima/G1)Deputado  Daniel Vilela  diz que não apresentou
Hopers a prefeitos  (Foto: Gabriela Lima/G1)
G1 - Luciane é suspeita de ser lobista de uma quadrilha que fraudava fundos de pensão. Em entrevista o Fantástico, ela nega. O sr. acredita que sua amiga seja inocente?
Samuel Belchior - 
Para mim, ela nunca propôs nada do tipo 'faz isso para mim que eu te dou isso em troca'. Eu não posso julgar as pessoas. Até onde eu a conheço, sempre me pareceu uma pessoa profissional.
G1 - No plenário da Assembleia, o senhor falou que está sendo vítima de sensacionalismo. Também comentou antes da entrevista que as reportagens colocam a sua imagem ao lado de fotos de Luciane de biquíni, de uma forma até sensual. Isso abalou seu casamento?
Samuel Belchior -
 Muito. Hoje, o que mais dificulta o meu dia a dia não é o que as pessoas estão pensando de mim como político. Eu sei que isso é passageiro, que ao final do inquérito tudo vai se esclarecer. Não diria que é uma injustiça, mas é uma conjuntura de azar. Eu passei essa semana sem falar até para recompor a minha família e minha esposa está hoje aqui me acompanhando. Mas essa parte familiar me afetou demais.

Ato de professores no Rio vira palco de violência de mascarados e PMs


Idoso de 97 anos foi um dos que registrou queixa contra a polícia.
Diversas agências bancárias foram depredadas no Centro da cidade.

manifestação dos professores foi marcada por mascarados e vandalismo no Rio (Foto: Pilar Olivares/ Reuters)Manifestação marcada por professores teve atos de vandalismo de mascarados (Foto: Pilar Olivares/ Reuters)
Os arredores da Câmara de Vereadores do Rio, no Centro, viraram uma praça de guerra durante protesto na noite desta terça-feira (1º), pouco depois da Casa aprovar o projeto de lei do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) dos professores do município. Um grupo que queria assistir à votação forçou passagem e PMs do Batalhão de Choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.  A ação provocou correria e vândalos mascarados — alheios à lei que impede o uso de disfarces — quebraram agências bancárias e depredaram prédios, provocando pânico nos trabalhadores que deixavam os prédios na Avenida Rio Branco.
O vendedor Henrique José foi atingido por uma bala de borracha, durante manifestação dos professores no Centro do Rio (Foto: Lívia Torres / G1)
O vendedor Henrique José diz que foi atingido por
bala de borracha (Foto: Lívia Torres / G1)
Os confrontos se multiplicaram até às 22h. Dezessete pessoas, segundo a PM, foram detidas. Em contrapartida, vários ativistas registraram queixas em delegacias contra a violência policial. O G1 ouviu os depoimentos de um artista de 97 anos que diz ter sido atingido por uma bomba e de um vendedor informal que teria sido baleado por um projétil não-letal. A PM nega que tenha usado balas de borracha. “Pensei que fosse bala de verdade e achei que tivesse quebrado minha costela”, afirmou o ambulante, que exerce a função há 13 anos e é cadastrado pela prefeitura.
O Cine Odeon, onde eram exibidas sessões do Festival do Rio, e o Theatro Municipal, que sediaria um espetáculo de balé, fecharam as portas e adiaram as apresentações. Diversas empresas próximas à Cinelândia — e vizinhas à Câmara — liberaram seus funcionários com horas de antecedência para que evitassem o tumulto.
manifestação dos professores foi marcada por mascarados e vandalismo no Rio (Foto: Pilar Olivares/ Reuters)Agências bancárias foram depredadas durante ato no Centro do Rio (Foto: Pilar Olivares/ Reuters)
Aprovação do PCCR
A Câmara aprovou em reunião extraordinária às 19h15 desta terça a redação final do projeto de lei do plano de cargos e salários de professores, que já havia sido aprovado em primeira e segunda discussões, mais cedo. O PL agora vai para a sanção do prefeito Eduardo Paes. Segundo a assessoria da Prefeitura, assim que o documento chegar às mãos de Paes, será sancionado. A categoria informou que a greve continua.

Em nota, a prefeitura considera a aprovação uma "vitória para os servidores" e "um passo definitivo para consolidar o ensino público do Rio de Janeiro como o melhor do Brasil". Segundo o texto, o plano "garante, de imediato, um reajuste salarial de 15,3% para todos os profissionais da Educação e corrige injustiças históricas".
Ainda de acordo com a prefeitura, vereadores apresentaram 31 emendas ao texto original, já aprovadas pelo prefeito, o que representa um impacto de R$ 3 bilhões para o governo municipal nos próximos cinco anos. "A prefeitura reitera, mais uma vez, o seu apelo para que os professores que aderiram à greve retornem às aulas o mais breve possível, de forma  que os alunos da rede municipal não sejam ainda mais prejudicados."
Tensão fora do palácio
A votação ocorreu sob tensão dentro e fora do Palácio Pedro Ernesto. Os servidores da Educação se revoltaram com a aprovação do projeto de lei. Os professores pedem que todos os profissionais independente da carga-horária sejam contemplados pelo plano. Eles alegam que o novo plano incentiva a migração dos docentes para a jornada de 40 horas semanais. Entenda o impasse.

Nesse caso, segundo a categoria, o professor teria que pedir demissão de outra matrícula, ocasionando  perda salarial. A prefeitura explica que o plano contempla um aumento salarial de 12%, além de pequenas correções como  adicional de qualificação para o servidor do quadro de apoio.
Tumulto na Câmara
Manifestante chuta uma das portas da Câmara (Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Manifestante chuta uma das portas da Câmara
(Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Durante a confusão, o gás lacrimogêneo entrou nas salas da Câmara de Vereadores e funcionários deixaram os gabinetes. Nove vereadores de oposição saíram da sessão no plenário quando começou o tumulto do lado de fora da Câmara, e não votaram.
São eles: Renato Cinco (PSOL), Eliomar Coelho (PSOL), Verônica Costa (PR), Jefferson Moura (PSOL), Brizola Neto (PDT), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Marcio Garcia (PR) e Teresa Bergher (PSDB). Segundo os assessores deles, eles não farão parte da votação em segunda discussão.
Protestos
Pela manhã, professores da rede municipal de ensino fizeram um protesto com um trio elétrico em frente à Câmara Municipal do Rio. Outro grupo de professores seguiu pela Rua do Catete, na Zona Sul, para se juntar à manifestação na Cinelândia. Um homem foi visto furando pneus de carros do Batalhão de Choque da PM.

Após o protesto da noite de segunda-feira (30) que terminou em cenas de violência, o policiamento nas proximidades da Câmara Municipal amanheceu reforçado nesta terça. Cerca de 700 policiais militares estão no local.
Entenda o caso
Os professores afirmam que a greve só chegará ao fim com a elaboração de um novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração para a categoria. No dia 17 de setembro, a prefeitura enviou à Câmara dos Vereadores, em caráter de urgência, um plano, que foi duramente criticado pelo sindicato. Segundo o sindicato da categoria, as propostas apresentadas pelo governo foram insuficientes e ainda não há uma abertura clara para negociação.

Já o prefeito Eduardo Paes afirma, no entanto, que o Plano de Cargos e Salários "é o melhor para a população". “A gente não pode viver sob ameaça. Estamos fazendo o que é melhor para a população, para prefeitura e pela categoria. O plano está lá na Câmara para ser votado. Tivemos diversos encontros e temos três acordos assinados”, afirmou.

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