quinta-feira, 11 de abril de 2013

O impasse do transporte coletivo de Imperatriz

 

Para uns vilã, para outros uma vítima. Vítima? Es a Viação Branca do Leste (VBL), a empresa que detém mais de 70% das linhas de transporte coletivo de Imperatriz.
Coincidência ou não a empresa, que surgiu da antiga TCI, começou a ser alvo de denúncias sobre a péssima qualidade dos serviços prestados à população a partir do início das obras da fábrica da Suzano Papel e Celulose.
De uma hora para outra os ônibus foram substituídos por micro-ônibus, passaram aparecer quebrados no meio da rua, um deles foi até alvo de um ataque com bomba incendiária.
Depois os usuários se organizaram em um movimento nas redes sociais com chamado “# Fora VBL”. Passeatas e mais passeatas até que a Câmara resolveu abordar o assunto em audiência pública. O Ministério Público ao participar anunciou que já vinha investigando, havia notificado a Secretaria de Trânsito e Transportes a tomar providências. Aliás, até reclamou da morosidade e pouco caso da pasta com o tema porque os prazos haviam encerrado sem que nenhuma posição fosse tomada.
Finalmente a Procuradoria Geraldo Município anunciou que já vinha tomando providências e que após o prazo iria partir para as medidas judiciais cabíveis que poderia resultar até na quebra do contrato de concessão de 20 anos com a prefeitura.
Fim do prazo em 17 de março e nada de atendimento das exigências da prefeitura. Essa é a fase atual. Nela, a prefeitura instaurou procedimento administrativo e abriu prazo para a empresa apresentar suas alegações. Até agora não teria se manifestado oficialmente.
O último capítulo dessa novela está próximo e será o momento de saber se a VBL vai se manifestar, apresentar sua defesa e, mais do que isso, garantir a boa qualidade da prestação do serviço como exige a prefeitura. Ou se, não acontecendo isso, o prefeito Madeira e secretários de pastas relativas ao transporte vão ter coragem para punir a empresa e até mesmo quebrar o contrato de concessão.
Na semana passada alguns ônibus foram multados pela Polícia Rodoviária Federal por estarem com a documentação em atraso e outros problemas e , vez por outra, um ônibus quebra no meio da rua. Felizmente ou infelizmente os protestos de usuários pararam, mas não se sabe até quando.
O mais curioso de tudo isso é que a empresa se quer procura a imprensa para dar sua versão sobre o caso. Em apenas uma vez convocou jornalistas para falar sobre o assunto, mas depois desistiu. Há quem diga que a empresa está investindo na melhoria do transporte, mas se isso é verdade por que a empresa não informa isso à sociedade?
Em João Lisboa a mesma empresa foi condenada pela Justiça a substituir micro-ônibus por ônibus convencionais, com motorista e cobrador, e fazer pontos de ônibus, mas não vem cumprindo à risca a decisão judicial.
Com o fim do prazo se aproximando em Imperatriz surgem perguntas que não sabemos se serão ou não respondidas, tipo se a empresa não atender as exigências será multada, terá o contrato rescindido ou ficará da forma que está? Não custa nada lembrar que os usuários têm direito a um transporte público de qualidade e o poder público tem o dever moral — e por força de leis– de oferecer esse serviço.

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